A amizade e solidariedade de um feirante tem nos ajudado nesses dias de quarentena

SOLIDARIEDADE E AMIZADE NOS DIAS DE QUARENTENA

A solidariedade e a amizade devem sempre ser destacadas. Nos dias de quarentena, elas se tornaram símbolo de quem se importa com os outros, principalmente com quem está em casa, em isolamento social. É o que acontece, no nosso caso – meu e de minha esposa – em relação a um dos feirantes de que somos frequeses.

Na verdade, é minha esposa que é freguesa. Eu não frequentava feiras e só conheço os feirantes de quem compra por referência. Mas, digo logo, pretendo mudar essa posição quando a pandemia nos deixar viver um novo normal, participando mais nas atividades de fora de casa, inclusive nas compras feitas na feira.

COMPRA E ENTREGA

E então, voltamos à amizade e solidariedade. É o caso do Bequinha, o nome pelo qual o feirante é chamado. Seu nome é uma homenagem a um craque da seleção da Alemanha e é Beckenbauer. Mas todos os chamam de “Bequinha”. Ele é o nosso fornecedor de queixos e de outros produtos e saiu-se, nos dias de quarentena, muito melhor do que esperava.

Assim que começou o isolamento social, a feira passou a ser uma não opção. Mas ainda precisávamos de produtos dela e foi aí que entrou o Bequinha. Ele se dispôs não só a entregar os produtos que vende e que minha esposa comprava para nós e para a casa da mãe dela, mas ir às outras barracas e comprar o que precisássemos.

UM PASSO ADIANTE

Funciona assim: minha esposa passa a lista do que precisamos e indica os vendedores onde compra os produtos. O Bequinha vai às barracas, compra os produtos, os separa e entrega em nossa casa. O pagamento do valor total é feito a ele, que repassa aos outros feirantes. A única coisa que precisamos fazer é fornecer a lista. O resto ele faz.

Quando ele se dispôs a fazer a feira para nós, eu e minha esposa conversamos sobre a melhor forma de agradecê-lo e a primeira decisão é que devia ser pago. Afinal, ele faz da feira seu meio de vida e deixá-la para nos atender, mesmo sendo do seu interesse devido à venda, é um serviço extra e, como tal, deveria ser pago.

Não funcionou. Quando minha esposa falou com o Bequinha, ele protestou e não quis conversa. Seu objetivo, declarou, era ajudar, já que não podíamos ir à feira.

MAIS CASOS

Se o Bequinha é, para nós, um dos símbolos da amizade e solidariedade, ele não é o único. O que descobrimos com a pandemia é que existem pessoas, em todos os nichos de fornecedores, que estão dispostos a atender quem está no isolamento. De início, começou meio devagar, mas com o prolongamento da obrigatoriedade de ficar em casa, a coisa deslanchou.

Hoje, nas listas do prédio e da família tem sempre um novo fornecedor que, tal como fez o Bequinha, anteviu na entrega domiciliar um meio de não só manter, mas melhorar o seu negócio. Aqui, em caso, temos vários fornecedores que passaram a atuar com vendas on line e entrega em casa, sem custo adicional.

PEQUENOS E LOCAIS

Um dos aspectos positivos dessa mudança, provocada pela pandemia do coronavírus e pela Covid 19, é que os nossos vendedores são pequenos e locais. Um dos meios mais eficazes de se impulsionar a economia de uma região é recorrer ao fornecimento local, comprando de pequenas lojas e pequenos fornecedores.

A tecnologia tem proporcionado a uma série de empreendedores meios de não só manter, mas expandir seus negócios. Eles estão no Instagram, pelo menos os mais sofisticados, e no WhatsApp. Estão em grupos ou individualmente e com uma ampla oferta de produtos e serviços.

Nesses dias de quarentena, causada pelo coronavírus e configurada pela Covid 19, o mundo está mudando e, junto com ele, nós também mudamos. E nada mais é evidente que o engajamento dos pequenos comerciantes no mundo virtual e na prestação de um serviço que atende o cliente e permite que não só sobrevivam, mas expandam.

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