Com as mudanças feitas no blog tive de reler todos os posts publicados que, talvez vocês não saibam, estavam cheio de erros devido às alterações feitas quando foi hackeado e mudado o idioma – veja Entre cedilhas, acentos e sinais gráficos. Com isso, acabei me deparando com assuntos que, mesmo tendo algum tempo, me chamaram a atenção.
Um deles é Lições para a Copa do Mundo, em que falo do inglês macarrônico que muitas vezes é usado no Brasil e nas traduções feitas ao pé da letra que tiram todo o sentido do original. Exemplo? Spank the monkey, que pode ser tudo, menos espancar o macaco. Ou red tape, que também não é fita vermelha. Tudo, como se pode ver, no estilo Joel Santana e o seu “ótimo inglês”.
Mas o que acontece quando se faz o inverso e se traduz do português para o inglês. É o que podemos chamar de “on the foot of the letter” que quer dizer, é claro, ao pé da letra. Como a Copa do Mundo está chegando, voltar ao assunto é oportuno e mostrar como algumas expressões e ditos populares no Brasil podem ser “ensinados” para os gringos que virão ver os jogos. Confiram:
Roupa suja se lava em casa | Dirty clothe, you wash at home |
Saco vazio não para em pé | Empty bag doesn’t stop on foot |
Para bom entendedor meia palavra basta | To a good understander, half word is enough |
Conversa mole pra boi dormir | Soft talk to put the ox asleep |
Cozinhar em banho maria | He cooked in Mary’s bath |
Comigo é pão, pão, queijo, queijo | With me it’s bread bread, cheese cheese |
Descascar o abacaxi | To peel off a pineapple |
Em cima do muro | Upon the wall |
Enforcar a sexta-feira | To hang the Friday |
Pegar o boi pelos chifres | To take a bull by the horns |
Matar a cobra e mostrar o pau | Kill the snake and show the stick |
Senta que o leão é manso | Sit that the lion is tame |
Vá pentear macaco | Go comb a monkey |
Colocar em pratos limpos | Let’s put this in clean dishes |
Vamos ver que bicho que dá | Let’s see which animal gives |
Maria vai com as outras | A Mary that goes with the others |
Como o diabo gosta | It’s as the devil likes |
Ter um parafuso a menos | To be missing a screw |
Tirar a barriga da miséria | To take the belly from the wretchedness |
Tirar o time de campo | I took my team off the countryside |
Sair de fininho | He went out as a little thin |
Reclamar de barriga cheia | Complaining with a full stomach |
Ele roeu a corda | He chewed the rope |
Pagar o pato | To pay the duck |
Papo furado | Holed pouch |
Pisar na bola | To step on the ball |
Porra louca | Crazy sperm |
O bom cabrito não berra | The good goat doesn’t scream |
O fim da picada | The end of the snake bite |
O que cai na rede é peixe | What falls into the net is fish |
O sol tá de rachar | The sun is splitting of |
Já pensaram os “gringos” tentando usar nossas expressões e se enrolando com as “traduções” fornecidas pelos torcedores brasileiros? Como sabemos, expressões idiomáticas são muito próprias e ganham significado nos locais onde são usadas. É por isso que a língua é diferente, com termos, no caso do Brasil, que são usados no Nordeste muitas vezes não serem entendidos em outras regiões. Quando se trata de uma língua diferente, então, o fosso é enorme. É o caso de “spanky the monkey” que no português seria algo como “surrar o macaco”, mas que nos Estados Unidos se refere à masturbação. Ou, então, de “red tape”, que poderíamos traduzir como fita vermelha, mas que, na verdade, é burocracia.
O fato é que durante a Copa do Mundo irá rolar muita “embromation” e “enrolation” quando se tratar de conversas entre brasileiros e estrangeiros. Um bom exemplo disso é a postura de um atendente no Aeroporto de Vitória. Ao ser perguntado se sabia inglês, para atender um passageiro, sorriu e virou-se para quem havia perguntado: Enrola aí, que tudo fica bem. Nós, brasileiros, na quase totalidade somos monoglotas e com a chegada da Copa do Mundo, que já está batendo em nossas portas, esta característica ficará bem demonstrada. (via Millor Online)
FALTA EMPOLGAÇÃO
Ainda a propósito da Copa do Mundo, ao contrário do que ocorreu em outras disputas, não vejo nenhum entusiasmo por ela. Pelo menos na região em que vivo, nada tem sido feito. Um amigo meu disse que chegou a pensar em enfeitar o seu negócio, colocando-o no clima da Copa do Mundo, mas pensou bem e decidiu que não, temendo vandalismo daqueles que são contra a competição.
Antes, víamos ruas enfeitadas, bandeirinhas em carros, gente com camisas verde amarelas e toda atenção para a participação brasileira. Hoje, o que mais tenho ouvido é que as pessoas, principalmente em dias de jogos do Brasil, querem é ficar em casa, evitando sair e, com isso, fugindo de qualquer possível tumulto.
E então, como está o clima na sua cidade?