Digam o que disserem, mas o preconceito contra quem é diferente é uma coisa marcante no Brasil. E isso se dá em todos os níveis, seja qual o grau de instrução. Como mostrou uma recente publicação de pesquisadores brasileiros, quem é menos educado é mais preconceituoso do que aqueles que tiveram acesso a uma melhor educação.
Nestes meios, o preconceito, muitas vezes, vem em forma de brincadeiras, apelando para o humor e destacando uma situação em que o objeto – da piada e do preconceito – aparecem. No meio masculino, um dos assuntos mais recorrentes é a questão da homossexualidade. Os gays – para usar um termo não muito politicamente correto – são visto, de um modo geral, como aberrações, que tem uma preferência que não é a normal.
Como os gays tem ganhado muita visibilidade, as questões que os envolve acabam se tornando temas de conversas nas mais variadas situações. Alguém comenta o resultado de uma parada do orgulho gay, outro que viu alguém nela e um terceiro acaba afirmando não entender como estas pessoas vivem. E ainda um quarto segmento faz associações de pessoas com os homossexuais. Os comentários são, sempre, casuais, mas não deixam, nunca, de embutir o preconceito e o estranhamento que todos temos diante do que é diferente.
Com ou sem preconceito é inegável que em algumas circunstâncias acabam surgindo comentários criativos, engraçados, que levam todos às gargalhadas. Foi o que aconteceu em um grupo de amigos, todos bem conservadores, durante uma reunião em que participava.
A certa altura, ao comentar a questão dos gays, um deles lembrou-se de uma pesquisa feita por um cientista italiano, dizendo que caminhamos, todos, para a androginia e para a possibilidade de assumir qualquer dos dois sexos. “Pois é”, afirmou um dos participantes, “como meu pai diz, daqui a pouco vai ser tudo flex”. O grupo veio abaixo, com sonoras gargalhadas.
Como eu disse, brincadeira ou não, o comentário é bem preconceituoso. São os machões dizendo que, para eles, não existe um outro caminho, mesmo que a ciência possa dizer o contrário. Afora isso, ficou uma bela tirada, usando-se um termo já consagrado para determinar o que pode ocorrer no futuro. E enquanto ele não chega, a discriminação vai continuar, embora ache que vai diminuir a cada dia.
DICA INTERESSANTE
Neste mundão de emails que recebemos – a maioria spam – sempre sobra alguns interessantes. E é o que me aconteceu hoje. Entre as dezenas de mensagens recebidas – trabalho, blog, amigos, etc. – um deles trouxe uma dica interessante.
O email veio do Álvaro, que tem um blog com o mesmo nome, e trazia um endereço, do sítio Consulta de Remédios. O que ele faz? Dá o preço médio de qualquer medicamento na sua cidade, indicando os genéricos e similares existentes. É uma ferramenta que pode lhe proporcionar economia. Confira!.
12 Respostas
O Brasil é um paÃs novo. Com todos os seus alvos, coisas que eram para ser aprendidas com quem esteve por aqui, no intuido de apenas explorar seu solo, seu povo. Mas era uma oportunidade de tirarmos algumas coisas úteis para a nossa vida. No entanto não o fizemos. Aprendemos, e o fizemos para chamar a atenção daqueles donatários ilegais, a fazerem os seus gestos, suas práticas. Tampouco eles tinham interesse em nos passar o que era bom e salutar.
Com isso, apredendemso a chamar os negros de ladrões, a nos chamarmos preguiçosos mestiços, a explorar e tripudiar os pobres. E nunca nos lembramos de termos uma vida própria, como propala Ariano Suassuma e defendia Chico Mendes, Betinho e o prof. Darci Araújo.
E neste modelo excluidor, invisÃvel à s vezes, mas audÃvel sempre, vamos nos encharcando do que ninguém tem o direito de ser. Preconceito, vergonha de nós mesmos, e valorizadores do que não somos e nem é nosso.
Um abraço
Naeno
Mt obrigada pela a dica. Meus futuros pacientes agradecem! =)
Lino, eu não gosto de um monte de coisas, de algumas religiões e de alguns povos. Não gosto porque não gosto e não vou entrar em detalhes, no entanto se eu conhecer alguém que faça parte da minha turma “eixo do mal”, eu jamais vou fazer algum tipo de grosseria, a não ser que eu seja agredida antes, o que nunca aconteceu.
Pois bem, sou bisneta de crioulo e de judia, neta de mulata, irmã de homossexual e tenho um comportamento em determinadas situações que não são muito aceitáveis como por exemplo ter me casado no civil e não ter mudado o meu nome.
Sou um prato cheio para um monte de preconceitos e racismos. Ainda assim, tenho cuidado com o que expresso e não é porque os americanos inventaram o politicamente correto e sim porque eu quero crescer como ser humano e me recuso a estimular o meu lado não muito nobre.
Beijocas
Oi Lino:
Assino embaixo da conclusão do comentário da Yvonne. O preconceito é uma praga insidiosa contra a qual devemos estar permanentemente atentos. Algumas vezes, numa roda de conversa um gaiato diz que sabe uma piada sobre negros muito engraçada e pergunta se não me importo de ouvir. Me importo sim. Respeito é bom, bonito, barato e eu gosto – tanto de dar como de receber.
Um abraço. Tenha uma ótima semana.
O Humor pode ser muito cruel, é preciso um pouco de bom senso e outro tanto de respeito para não ferir as pessoas. Boa semana! =)
Poxa q bacana Lino, é uma boa orientação para quem está atrás de remédio por preço bom. Valeu a dica.
Big Beijos!
lino, sou uma mulher estranha. desce cedo, lutei contra o preconceito dentro da minha propria familia. eu nasci alvarenga e souza lima, mas cresci no meio alvarenga onde a beleza é fundamental, nada importa além do sucesso fisico pessoal. claro que com o tempo, as coisas foram mudando, pois a menina de oculos, aparelho, e de cabelos muito lisos, cresceu maluca, e falou sempre o que pensava, e viveu feliz com os que amou e ainda ama, sempre conquistando seu espaço, e lutando contra qualquer discriminação.
gays, lésbicas, amantes, negros, judeus, e proscritos fazem parte de um universo onde transito com total liberdade.
só não suporto fente que não escuta o outro, não respeita o proximo, não aceita as diferenças…rsss
facÃl????
leia meu texto de hoje.
e depois, se tivber um tempinho, visite o site da Tina. ela escreveu uma bela cronica sobre a paixão pelo futebol, dentre outras coisas…
bjos
Sempre me policio para evitar falar demais e parecer preconceituoso. Mas preconceito no Brasil é uma coisa triste: tem preconceito de todo o jeito: sulista que não gosta de nordestino, nordestino que não gosta de sulista, paulista que odeia gaúcho, carioca que implica com paranaense, preconceito contra negros, contra indÃgenas, contra homossexuais e principalmente contra mulheres, tão coisificadas que andam hoje em dia… Para o Brasil ser um nação, precisará diminuir muito esse tipo de coisa!
O preconceito é uma coisa tão odiosa. Pior que muitas vezes estamo sendo preconceituosos e não percebemos, as vezes percebemos mas ignoramos.
Eu tb falei um pouco sobre preconceito e linkei esse seu post
bjs
De fato, o preconceito contra os homossexuais é muito grande. Mas sabe que uma série de organizações empresariais já se deu conta de que homossexuais são ótimos consumidores? Hoje existem inúmeros esforços de marketing voltados para esse especÃfico público-alvo. O que mais chama a atenção é que, em geral, homossexuais possuem boa formação educacional e ótimo poder aquisitivo, provando que preconceito é mesmo uma coisa tola. Abraços Lino!
Lino, preconceito existe em toda parte, a diferença tanto de nacionalidade, quanto de cor da pele, quanto de sexo, tudo é razão para ter preconceito. E aqui na Europa não é melhor que no Brasil não, diria mesmo que é pior. Um abração.
olá Lino td bem???
qria saber se vc pode fazer uma caricatura minha se eu te mandar uma foto??
obrigada
parabéns pelo trabalho