O olho eletrônico está ganhando onipresença. Em quase todos os locais que frequentamos somos seguidos por câmeras sob o argumento de que são para a nossa segurança. Nos postos de combustíveis – vide imagens mostradas pela Globo no Jornal Nacional – nos shoppings, nos prédios, nos elevadores e, agora, elas começam a ganhar as ruas. Podemos ter um grande big brother, talvez não com o glamour do mostrado na TV, mas em que nós, mortais comuns, seremos os personagens.
Ah, isso assusta? Acho que não. Até por termos sido convencidos que a vigilância acrescenta segurança. E quem, hoje em dia, não se sente pelo menos um pouco inseguro? E isso não é válido só para o Brasil, não. Quem mais usa este tipo de vigilância e o faz há um bom tempo são os países do chamado primeiro mundo.
Só que este big brother é um anãozinho diante do que pode acontecer. Guarde um nome que é uma sigla: RFID. Quer dizer, em inglês, Radio Fequency Identificator – identificador de rádio frequência. É um pequeno chip, tão pequeno como um grão de areia, que pode ser colocado em objetos e que emitem uma frequência capaz de ser lida por um sensor. Ele está sendo “vendido” como um código de barras melhor. Mas não é isso.
E ele é também mostrado como um facilitador, principalmente para as compras em grandes lojas de departamentos ou superstores. Facilita o controle da empresa, que sabe exatamente o que vendeu e lhe permite acompanhar, com toda segurança, a movimentação do produto. Isso, convenhamos, pode ser uma coisa boa, já que, de outro lado, também pode permitir que os órgãos de defesa do consumidor também acompanhem o produto.
Mas como toda moeda tem duas faces, aqui também há o outro lado. O RFID pode se transformar em um espião, mapeando tudo o que você compra, como compra, onde compra, tornando sua vida totalmente transparente para o Governo e para os vendedores. Tudo, em princípio, tudo mesmo pode ter um desses pequenos chips embutidos. E eles, depois de saírem das lojas continuam dando informações. Que informações? O consumidor não sabe.
Poderemos ter, com a disseminação do RFID, um super big brother. Primeiro, com o controle dos produtos que consumimos. Depois, com os objetos que usamos. E até nas próprias roupas que vestimos, nos calçados que utilizamos. Como ele é minúsculo, pode ser colocado em tudo. E fornecer as informações que forem programados para fornecer. Seja na loja, seja na rua, seja na sua casa.
A possibilidade está aí. O que será feito depende do que os fabricantes quiserem. E da reação dos consumidores. O chip e o sistema de rastreamento são uma realidade. Resta saber até onde vai chegar. Eu não sou muito otimista em relação ao uso do dispositivo, não. E você, o que acha? (Via Spychips, em inglês)
UMA BELA REVIRAVOLTA
Como os que por aqui passaram já sabem, a pesquisa que o blog está promovendo é sobre o Oscar. A pergunta é: Quem vai ganhar o Oscar? Neste caso, estamos falando da premiação de atores principais, que tem cinco pretendentes ao prêmio.
A votação já virou duas vezes. Primeiro, Tommy Lee Jones largou na frente, abrindo uma boa vantagem. Depois, George Clooney reagiu e conseguiu emparelhar a disputa. Nos últimos dias, no entanto, Johnny Deep chegou atropelando e, até agora, pelo menos, é o preferido dos leitores. Para completar a disputa temos, ainda, Virgo Mortensen e Daniel Day Lewis.
E então, que você acha que vai ganhar? Para votar não precisa ter visto os filmes, não. Afinal, estamos mesmo é dando palpites. Então, se não votou, vá lá na barra lateral e vote.
E que todos tenhamos um ótimo final de semana.
29 Respostas
Dá até medo.Quem sabe um dia os filmes de ficção cientÃfica transformem-se em realidade? Eu não estarei aqui para ver.
Eu também não sou otimista. Aliás, já nem gosto muito de usar cartão de débito e/ou crédito. Não gosto de me sentir rastreada, estudada. A minha sorte é comprar produtos a granel em lojas de orgânicos e o restante em feira de produtos orgânicos também. Tudo sem embalagem. As roupas, se um dia chegarmos a essa situação, bom… vou ter que comprar tecidos produzidos nas montanhas de Campos do Jordão e costurar tudo com a minha máquina. Mas rastreável, isso não!
Lino, “velho” amigo!
E pensar que quando surgiu “Laranja Mecânica” ninguém ousava sonhar com uma realidade parecida com essa que vivemos hoje… e que não podemos imaginar como será amanhã.
Eu não consigo ver, nem com um estoque de otimismo, o futuro sem esses espiões eletronicos. Pra minorar meu mal estar, continuo sendo um dos poucos “sem celular” e cartões, só em último caso.
Mas como bom “espião” que sou, principalmente no que diz respeito aos filmes, deixei meu voto no Johnny Deep, pois parece que ele conseguiu, finalmente, ser a bola da vez hollywoodiana. Com seu carisma e indiscutÃvel talento, o moço está virando mais uma fera sagrada do cinema mundial.
E volto à blogosfera, desta vez com as Janelas do Zeca, sempre abertas para os amigos e todos os que quiserem aparecer.
Enorme abraço, com carinho.
MEU MENINO
O menino que fui está distante
Andando sobre algum lajedo,
Vendo o resto das água acumulado em poças
Buracos que ainda cabem peixes,
Proporcionais, ao tamanho de mim.
Falo das poças dos peixes de ornamento
Querendo saltar o menino, que por aà chora.
E tudo eu faria para ir buscá-lo,
Ter sua companhia, minha que falta
Um pedaço que ficou, melhor
Do que o que se ajoelhou , rezou e partiu.
Eu queria o menino aqui comigo,
Mas como reverter as luas, transgredir as estrelas,
Os invernos que começaram e findaram,
Tantos peixes que no fim morreram.
Mas eu, se me conheço,
Não me dei tempo, e assim mereço.
O menino chora, a essas horas,
Em que as cigarras cantam pro além,
Cantam pra ninguém,
Ninguém quer escutá-las.
Onde pisam aqueles pés riscados de urtigas,
Onde transportam o menino, que a mim fustiga,
Sua desaparição, seu conforto de algodão,
Suas conversas longas e boas,
Tempos sorrindo à toa.
Com quem ele se parece agora?
Com as mudanças
Que à ele não se assentaram,
É do mesmo rosto, dos mesmos olhos,
É dos mesmos dias, que não se passaram,
Dos mesmos sonhos que não aconteceram.
As estacas de unha-de-gato
Devem estar ainda encostadas no pequizeiro,
Irresistentes.
Não suportam mais a casa que sonhávamos fazer,
Uma morada de quinze palmos de largura
E nove mãos de altura.
Lá Ãamos morar agregados de meu pai.
Mas quem para me ajudar agora,
Cavar, fincar estacas, subir a cumeeira,
Bater o piso de malho,
Pendurar as baladeiras, os bodoques,
Espalhar as esteiras para dormirmos ao meio dia.
Ê vida, ê mundo, ê tempo,
Uma covardia três contra um,
Se ainda fôssemos dois,
Vocês teriam depois, exaustos de nossa predileção,
Pedras de funda lançadas na direção da cara,
Dos olhos, com as quatro mãos.
Um beijo de saudade
Naeno
Oi Lino!
George Owell / Aldous Huxley devem estar felizes a esta altura, não ? (rs)
Já votei, vamos ver se também acerto nas minhas previsões. 🙂
beijos e bom fim de semana,
Olhe, os olhares eletrônicos estão por toda parte, é o preço de vivermos no mundo moderno em desenvolvimento, além da extrema violência que nos cerca, por um lado é bom, pois como temos acompanhado pela TV, esses olhares vem ajudando a polÃcia a desvendar casos. Mas nossa privacidade vai ralo abaixo.Quanto ao filme acredito em George Clooner.abçs
George Orwell era, efetivamente, um visionário!
Eu também não. Mas ele poderia ser testado nos presos que estão em condicional ou naqueles que ganham indulto de natal para ver a famÃlia.
Aliás, até no pessoal que cumpre a famosa “prisão domiciliar”.
AÃ seria uma boa.
Um abração
Mais um pouco vão por chips na gente.. já pensou?
Big Beijos
Confesso que tecnologia em excesso me incomoda. Acho que tudo tem limites, mas as pessoas parecem não conhecer o limite das coisas e isso sim assusta. Mas vamos ver até onde isso vai, não é?
Ah! O George Clooney deu um show no filme (deu branco). Assisti de madrugada. Excelente, agora ganhar Oscar pra mim não faz a diferença. Já viu que sou do contra, não é?
Bom fim de semana…
Confesso que tudo isto me assusta,LINO.
Nem tanto pelas câmeras,mas pela possibilidade do governo saber até que cuecas eu uso.
Eu hem!!
Abração!!
Imagine que a 40 anos isso era ficção! Assustador que os interesses de pesquisadores voltem-se mais para descobertas como essa do que para as que efetivamente trariam beneficios reais a todos.
Putz, Lino, lembrei de 1984 do Orwell. Um dispositivo (do tamanho de um grão de areia!) com esta capacidade de bisbilhotar, sob controle do governo – qualquer governo – ou da iniciativa privada, é um perigo à privacidade do cidadão comum. O Grande Irmão já chegou. Brrr…
Um abraço.
A maioria das pessoas temem o monitoramento porque temem o governo…rs Engracado…luto pela liberdade do individuo,mas nao temo o acompanhamento do governo,afinal faco meu IR corretamente.Nao invento dependentes nem despesas…hihihi. Detestaria ser monitorada 24 horas por dia porque fere meu direito e como voce acredito nao acredito que ira muito longe.
Acredito que nao ira muito longe ( correcao)
Oi, Lino.
Estava pensando.. os olhares coletivos, os rastreadores, os espiões…
E o olhar pontual , individual, voltado para dentro de nós mesmos em busca de melhor conhecimento , mais equilÃbrio e força para suportar a grande tarefa de viver?
Ótimo fim de semana pra você.
Olá Lino!
Eu tenho medo de onde vai parar este controle todo. Sem dúvida, as câmeras ajudam a resolver ou até a salvar, mas um controle total, andar com um chip me incomodaria bastante.
Beijo!
Isso me assusta um pouco, penso onde td isso irá nos levar e se realmente ajuda…
Bjusss
Esse post me lembrou do filme Minority Report, do Spielberg, no qual onde quer que as pessoas iam havia uma espécie de laser que escaneava a Ãris dessas pessoas.
As autoridades sempre sabiam onde cada pessoa estava, em qualquer lugar, a qualquer hora. Pelo menos quando falamos do uso de câmeras, é algo descentralizado, e não controlado por um órgão ou entidade.
Lino, tenho ate medo do q vem por ai!! Pq vigiar eh relativamente facil mas o q vao fazer com esses dados?!!? Pra onde isso vai?!!? E, o mais importante, pra quem?!!?
To doida pra ver o Oscar!!
Beijos, Dani
É a ficção se tornando realidade.
Tenha uma boa semana!
Olá. andei meio afastada dos blogs, mas tô voltando a visitar alguns. Engraçado vc falar de Big Brother. Tô lendo 1984, do George Orweel, que seu inÃcio a isso tudo
até mais
Não li tudo mas já tenho idéia do que se trata…tenho medo…
Boa semana.
e então, a vida imita a arte. diante do seu texto, me sinto fazendo parte da matrix! mas a gente se acostuma com tudo, né? não me sinto espionada hj e talvez não me sentirei invadida amanhã. mas bem que gostava mais do tempo em que podia tomar banho de cachoeira e ter a certeza de que só me via quem eu queria. rs…
beijos querido. linda semana
Nossa, só de pensar nisso dá meeeeedo…
Beijão, Lino, tenha uma super semana!!!!
Também não vejo com bons olhos esta novidade, cada dia que passa nossa privacidade vai acabando e mais essa! Daqui a pouco vão inventar microcâmeras nos produtos para nos vigiar também…
Um abraço
Johnny Deep, rules!!
🙂
será que o que eu engolir também vai estar chipado? Poderia ser assim com os medicamentos. Portar uma sensor de anormalidades fisicas e quando sair, sair também todo o relatório médico.
🙂
Boa semana! Beijus
Como ja disse anteriormente tenho realmente medo dessas coisas…vai saber quão grande podem se tornar essas proporções, daqui a pouco nós teremos chips…
Oi, Lino. A mudança para o campo está me causando muitos problemas com a internet. Mas, quando tem dado, estou por aqui.
Lino, a União Européia já está exigindo que sejam colocados chips de controle, desde o nascimento, em cada rês que pretendermos exportar para lá como carne. É a forma de eles testarem a qualidade de nosso produto. Por enquanto, são os bois e as vacas. Futuramente, quem sabe não teremos, também, um chip embutido sob nossa pele? Ele armazenaria nosso RG, CPF, carteira de habilitação, declarações de IR dos últimos 5 anos, inclusões no SERASA, ficha corrida no Forum, etc., etc. Já pensou? Quando fôssemos abrir um crediário, bastaria por o dedo indicador na frente de um aparelho e pronto. Crédito imediatamente aprovado. Ou não! Quando o cidadão falecesse, uma simples incisão para a retirada do chip já representaria a “baixa do arquivo”, correspondente à atual certidão de óbito.
Eu, hein! Tá muito bom do jeito que está!
Abração.