O Inepe, que é um órgão do Governo Federal, divulga amanh㣠um estudo sobre o ensino superior no Brasil. Um dos aspectos do estudo é o foco no crescimento no número de universitários no país.
Dois dados são preocupantes. O primeiro, é que sobram vagas no ensino superior. No ano passado, por exemplo, mais de um milhão de lugares ficaram por ocupar no sistema educacional superior brasileiro.
O segundo, que acaba por ocasionar o primeiro, é que não há pagantes para ocupar as vagas disponíveis, pois elas estão no sistema privado de ensino, não no público.
Há, ainda, um terceiro aspecto que o decréscimo do número de pessoas que, anualmente, entram no ensino superior. Desde o início do atual Governo os números vem caindo e a situação só não é pior devido aos programas de apoio criados, tanto no Âmbito do Governo Federal, quanto dos estaduais.
O que está acontecendo? Simples. Quem tem melhores condições e, portanto, melhor ensino – escolas privadas – acabam ocupando as vagas da universidade pública. Os que estudam em escolas públicas, com um ensino de menor qualidade, tem de optar pelas universidades privadas.
O problema é que não tem dinheiro para arcar com as prestações. Dependem, neste caso, de financiamento público, que não é suficiente e nem atende a todos. O resultado, é o decréscimo do número de universitários.
Voltamos, então, ao ponto focal do ensino, que é dar uma base de qualidade, que efetivamente prepare o aluno. E criar cursos intermediários, que lhes deem uma profissão, acabando, de vez, com a mística do diploma de nível superior.
Hoje, ter um diploma universitário está significando cada vez menos.
FATO DO DIA
Não é exatamente de hoje, mas é interessante. Ontem, os jornais publicaram o resultado de uma pesquisa de uma psiquiatra dos Estados Unidos afirmando que as mulheres falam mais que os homens.
Segundo ela, que tem um livro publicado sobre o assunto, as mulheres falam quase que três vezes mais: 20 mil palavras, contra 7 mil dos homens. Achei interessante que alguém tenha medido quanto um e outro falam.
Qual é o propósito da pesquisa? Eu não vejo nenhuma. E você, o que acha?
UM GRANDE SUCESSO
Graças a todos vocês, meus amigos, a blogagem coletiva em homenagem a Clarice Lispector foi um sucesso. Lendo os postos – acho que ainda estou devendo alguns – acabei descobrindo textos e facetas dela que não conhecia. Como cada post explora um lado, o todo acaba se completando e formando um belo retrato de quem foi e o que fez Clarice.
Mais uma vez quero deixar, de público, o meu agradecimento aos que participaram. Foi muito bom contar com todos.
QUEBRANDO REGRAS
O sucesso da blogagem está, também, me fazendo quebrar uma regra que me impus: responder a todos os comentários, via e-mail. Tem sido assim desde o início do blog.
Mas hoje estou quebrando esta regra. E peço a todos que comentaram nestes três Últimos dias que se considerem respondidos, pois não estou dando conta de responder individualmente.
Prometo, no entanto, que a partir de amanhã a vida volta ao normal. E sempre que vierem aqui e comentarem, irão receber uma resposta, desde que o e-mail dado seja válido.
A PALAVRA DO ANO
Qual é, no seu entender, a palavra que resume este ano? Não sabe? Veja na barra lateral, escolha uma e vote. Vamos eleger qual palavra resume 2006.
17 Respostas
Oi Lino,
este estudo aà sobre ensino superior não me assusta.
Sempre estudei em escolas boas e publicas (mais ou menos), SESI no primeiro grau e ITB (instituto tecnólogico de barueri) no técnico. Uma ótima escola. Todas claro tive que fazer vestibulinho – fui agraciada com a sorte.
Pude estudar numa faculdade publica FATEC – SP, mas numa faculdade diferente, ensino tecnológico.
Queria ter feito engenharia civil desde o começo, mas não poderia pagar a faculdade.
Depois desta primeira com um emprego melhor, já tinha nivel superior, cursei numa universidade particular o meu sonho – terminei agora.
Posso comparar os dois sistemas portanto.
Acontece que no caso de cursos tradicionais em universidades publicas, mesmo que pobre passe, não pode estudar direito, os cursos são perÃodo integral.
Além disto a qualidade no ensino publico está caindo, com a desvalorização do salário dos professores, que acabam evadindo para as particulares, atraÃdos pelos ótimos sálarios.
Sabe o que eu imagino? Que daqui a pouco, as universidades particulares terão melhores condições e qualidade de ensino que as públicas, e o problema hoje encontrado nos chamados nÃvel fundamental e médio, seja “passado” ao nÃvel superior.
Poderia escrever uns três posts sobre isto aqui, mas é muita falta de educação, rs.
Mas é uma ótima questão a ser debatida.
Boa tarde!
Abraços!
Desculpe a falta de acentos nas palavras, foi a pressa da hora de almoço.
Abraços!
A pesquisa é ótima. Já respondi lá. Quanto ao ensino universitário, problema sério… É exatamente isso mesmo: alunos de escolas particulares entram nas universidades públicas e aos de escolas públicas restam as particulares…
Este aqui é meu outro blog. A homenagem a Clarice foi feita no Quem tem medo de Baby Jane? – e neste blog há um fato ocorrido na semana passada… Bjs!!
Lino, aqui em Santa Maria que tem uma universidade federal. Um campus imenso onde me formei, eles tem um sistema interessante. No segundo grau, todos os anos, os alunos podem estudar e fazerem a prova(PEIES), se eles forem bem eles já estão passados não precisam fazer vestibular. Além disso as outras 5 universidades particulares sempre oferecem um número de bolsas pelo Pro-Uni. Mas mesmo assim na federal a grande maioria é de pessoas que podiam pagar um particular. Já nas particulares estão aqueles que não conseguem passar na federal.
Bjos.
O Ensino no Brasil é péssimo… Da base ao o Superior. Se tiver que melhorar, vai ter que ser tudo!!! Vish
Sobre a pesquisa, acredito que tenha sido um homem que fez. O tempo que ficou calado ele usou para escutar a mulher falar… rs
Abração Lino.
Parabéns a você e à Chris. O sucesso da postagem (diga-se de passagem, li ótimos textos) é seu.
1. Vão criar o FundePuni (Fundo de Desenvolvimento do Pro Uni). Não bastam as cotas e o próprio programa; o assistencialismo vai forçar a barra até que os Ãndices educacionais do paÃs atinjam Ãndices europeus;
2. Mais uma daquelas pesquisas… Adora bater nelas.
Lino: com certeza eu vou votar…mas o sentimento que resume este ano…é o de dúvida…
Adorei as notÃcias variadas que colocou…obrigada pela visita ao meu Cotidiano,ok?
Abraços de boa noite pra vc.
Olá Lino, obrigado pela visita e saiba que acho a mesma coisa quanto visitar a 25 de março nessa época do ano ainda mais com dois gringos. Acontece que não fomos até lá, apenas olhamos de longe.
Eu bem que propus ir a outros lugares, mas ambos queriam fazer compras de eletrônicos e fomos pra Santa Ifigênia que estava tranqüilÃssima.
Quando disse que a 25 de março é conhecida em terras africanas não quis desmerecer o destino, até porque na 25 compra rico, compra pobre, compra preto e compra branco, se duvidar até os Ãndios andam fazendo compras no débito automático por lá. Eles não estavam interessados em museus e outros destinos culturais, mas sim em gastar grana e fazer compras de Natal, se este era o propósito acho que os ajudei.
Então… Votei na palavra mensalão e parece que muita gente concorda comigo.
Teu Blog é o que eu chamo de II (Interativo e Interessante), sempre que dá passo por aqui pra espiar, quando o meu novo endereço estiver pronto vou te favoritar.
Até mais e obrigado pela visita.
Grande Lino,
Embora não acredite que seja regra geral que o pobre não consiga entrar para universidade pública (eu e alguns de meus amigos somos exemplos. Sou filho de uma viúva que lutou com dificuldades para criar três filhos e me formei em universidade federal), imagino que em grande parte é como você disse.
E tem razão novamente quando diz que um diploma universitário não significa grande coisa. Se a pessoa não tiver condições de fazer mestrado e doutorado, melhor faze curso profissionalizante.
Um abraço!
É… Lino querido…
a situação anda mesmo ruim neste nosso paÃs.
quem tem estudos não tem emprego.
quem tem dinheiro entra na universidade pública, pois consegue fazer aqueles cursinhos esquisitos.
quem épobre tem de pagar a universidade da esquina nada comprometida com o ensino…
ai ia
onde vamos parar?
te beijo
O q vc falou sobre o ensino universitário é o q realmente acontece…Quem tem condição entra nas públicas e quem não tem…não entra em nehuma, pois não consegue pagar. Mas me diz: pro nosso governo, o q interessa um povo culto??
Beijos
texto interessante. realmente, está acontecendo essa inversão: que tem dinheiro, vai pro ensino superior público e vice-versa, o que só revela que continuamos analfabetos em estrutura de ensino. abraços e gostei daqui…
Meu caro Lino,
Eu continuo sendo a favor do ensino superior – público ou privado -, tendo que a formação universitária é de grande importância na vida do acadêmico – como formação – e do futuro profissional na área que abraçar. Não só o diploma, mas o conhecimento. Universidade com conteúdo consistente.
Assim como, advogo a tese de que o sistema público de ensino – no caso universitário – precisava ter um melhor controle para garanti vagas aos que não tem condições de pagar uma universidade particular. Para isso, talvez fosse necessário o aluno comprovar a renda familiar.
Pois, sem dúvida, a pessoa sem condições financeiras, obviamente, tem que ter prioridade na universidade pública, em detrimento do outro que tem condições de pagar uma particular.
Isso enquanto o governo não corrigir as falhas no setor econômico que venha melhorar as condições de salário, mais empregos para que os próprios universitários possam exercer o seu direito ao estudo. Não adianta apenas abrir universidades se a pessoa não pode freqüenta-la por razões financeiras.
Os estudos técnicos também são uma excelente oportunidade para se profissionalizar. Mas o universitário também deve estar nos planos do estudante.
Abs
Olha acho que deve acabar com esse mito da curso superior..tem que preparar as pessoas para o mercado de trabalho…e vou lancar uma polemica aqui…esses riquinhos que entram nas univeridades publicas por causa das boas escolas que pagam..deveriam pagar a universidade tambem…
Quem não tem dinheiro pra pagar universidade, geralmente é quem precisou começar a trabalhar cedo. Essas pessoas optam por cursos técnicos. Precisamos investir mais nessa área!
Os homens falam menos porque ficam tontos com tanta falação das mulheres. Eu mesma fico tonta algumas vezes! (rs*)
Beijus
Oi Lino, que bom que a blogagem coletiva da Clarice Lispector “pegou”. Foi um bonito trabalho.
Existe um outro problema: um grande número de faculdades e universidades públicas e privadas concentradas em determinadas regiões do Brasil e a proliferação de cursos tipo Direito, Administração, etc. (nada contra esses profissionais, claro), principalmente pelas particulares (os famosos cursos “mesa e cadeira”).
Um abraço
Oi Lino, tudo bem?
Assim como vocêjá tenho uma graduação e estou cursando uma segunda (medicina), na verdade fiz mestrado e doutorado antes da medicina. Você sabe como faço para conseguir uma bolsa ou ajuda financeira para pagar a faculdade? já tentei multinacionais e fundações, mas não obtive sucesso.
Obrigado,
Sergio.