Representando somente a elite

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Um dos grandes achados da democracia foi a criação, a partir da independência dos Estados Unidos, do sistema representativo. Por ele, eleitores votam e escolhem seus representantes, delegando a ele poderes para, em seu nome, tomarem decisões.

Os fundadores da democracia nos Estados Unidos entenderam que este era um sistema melhor do que a democracia direta, que convocaria os cidadãos para decidirem sempre que uma questão assim o exigisse.

Eles tinham razão. Só que, com o tempo, o sistema se deteriorou e, hoje, encontra-se, para dizer o mínimo, desgastado.

Veja-se o caso brasileiro tomando-se como base o Congresso eleito em outubro. Nele, os trabalhadores e operários, maioria da população, são minoria. Temos, na verdade, 88 trabalhadores – empregados dos mais diversos setores – e 19 operários.

O restante é formado por profissionais liberais – a grande maioria – e por empresários. Estes, são 120, mais que trabalhadores e operários reunidos.

O que o novo perfil do Congresso mostra é que temos uma representação de elite. Se não todos, pelo menos a grande maioria dos eleitos podem ser considerados como dela participando.

Talvez esteja aqui a explicação para o descaso dos parlamentares para com a opinião pública. Como não dependem da maioria, podem ignora¡-la, aumentar salários, protagonizar mensalões e transformarem-se em sanguessugas.

Mais uma vez o Brasil segue o seu perfil histórico, que é o de não participação das camadas menos privilegiadas. Elas votam, é verdade. Mas os que decidem, por pertencerem a outra categoria, olham o seu interesse.

E o que temos visto, pelo menos até agora, é que, nesse olhar, não está¡ o interesse da maioria.

ROUBAR, PODE. PICHAR, NÃO!

 

O Tribunal de Justiça negou ontem o recurso pedido por dois estudantes de arquitetura da Universidade de São Paulo flagrados pichando uma rua da Cidade Universitária. Eles foram condenados a três meses de detenção.

Segundo a Folha de S. Paulo, Daniel Sene, 25, e Ilana Tschiptschin, 23, foram abordados pela Guarda Universitária, no dia 9 de agosto de 2005, escrevendo a mensagem “Brasília 17” na rua em frente à Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas. A frase era uma convocação para um protesto contra a corrupção.

Enquanto isso, no Congresso, os sanguessugas e mensaleiros são absolvidos e saem ilesos. Qual a conclusão: no Brasil, roubar pode. Pichar, não.

O QUE VOCÊ COME?

Frutas, legumes, doces, carne vermelha ou branca? Qual você prefere?

Veja a pesquisa na barra lateral e vote. Ah! e pode votar em mais de uma. Afinal, esta pesquisa não é científica, mas apenas quer saber a preferência dos leitores e leitoras deste blog.

E então, o que está esperando para votar?

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