“QUE CHELO! PALECE BURGER”

Não sei se vocês já tiveram a oportunidade de, em um final de tarde, caminhar pelo calçadão de uma praia qualquer. Quem mora à beira de uma, com certeza já fez isso e sabe que neste espaço é possível encontrar todo tipo de pessoa e, em alguns casos, quase que um mercado persa.

No calçadão da Praia da Costa, onde caminho, não é diferente. Logo que desço, andando um pouco, dou de cara com um quiosque cuja especialidade é peixe frito. Ando um pouco mais e me deparo com o churrasquinho da Penha que serve advinha o que?

Mais à frente tem o Tia Ana, que oferece um cuscuz muito elogiado, inclusive com uma receita light. Um pouco mais e fica o Coco do Jura onde, quase todos os dias, tomo um cópo de água de coco ao voltar da caminhada. Enfim, são barracas e mais barracas com comida, roupas, bijuterias, artesanato, bugigangas as mais variadas.

Nelas, muita gente faz ponto. Alguns, tomam uma cerveja, mas a maioria vai mesmo em busca de comida. E nesta hora não há concorrente para os sanduíches, desde a carrocinha com cachorro quente aos mais sofisticados, que oferecem variedade. E isso sem contar com o yakisoba e os salgados. Se diariamente o movimento já é grande, no final de semana, então, nem se fala.

E foi no final de semana que surgiu o meu personagem. Em sentido contrário ao que eu ia vinha um pai e, ao lado dele, um garotinho que julgo ter três anos. Segurando a protetora mão paterna, ele vinha observando as coisas e conversando, portando-se como se fosse quase um adulto, que fala de igual para igual com o amigo.

Aos poucos, fomos nos aproximando da carrocinha que vende churrasquinhos, de onde saia o cheiro da carne sendo assada. Ao seu aproximar, o garoto apurou o nariz, parou um pouco e emendou:

– Que chelo! Palece burger!

O pai, sorriu. E eu também, pelo inusitado da cena. E fiquei imaginando o poder da propaganda sobre nós, começando quando somos crianças, capaz de transformar um sanduíche em objeto de desejo de um pequeno garoto. Aliás, ele acabou ganhando o seu e o “chelo” acabou sendo verdadeiro.

Neste caso, a propaganda pode vender os sanduíches das grandes redes, mas acaba ajudando ao ambulante que, com ele, ganha sua vida. E no calçadão da Praia da Costa muito deles dependem do que vendem – indo do coco ao artesanato – para viver.

OS DITOS POPULARES

Foi divertido? Eu achei que sim. E se você olhar nos comentários do artigo de ontem verá que muitos acertaram, se não todos, pelo menos a maioria. Então, tanto para quem acertou quanto para quem não o fez ou nem sequer tentou, aqui vão as respostas, pela ordem:

Com a mão na roda, tomando chá de cadeira, chorando sobre o leite derramado, agasalhando o biscoito, trocando as bolas, pagando o pato, com minhoca na cabeça e testa de ferro.

Ah, é tem mais: uma hora dessa publicou outras.

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