QUANTO CUSTA O SEU CORPO?

Há uns dias li, não me lembro se na internet ou se nos jornais, que o Governo Federal havia baixado uma regulamentação estabelecendo o valor das várias partes do corpo humano para o pagamento de indenizações de seguro, no caso, acho, o obrigatório de veículos, que todos nós que temos veículos somos obrigados a pagar. O que me chamou a atenção foram os valores.

Veja-se o caso da perda da mão. Quanto isso acontecer decorrente de um acidente de carro o seguro irá pagar ao segurado ou ao terceiro atingido algo em torno de oito mil reais. Imagine, então, que você dependa da mão para realizar suas tarefas, como é que ficaria no caso de perdê-la? É o meu caso. Como jornalista, dependo das mãos para escrever. Sem uma delas a vida ficaria muito mais difícil.

Chamo para o valor de uma das partes do corpo porque as outras são cotadas por menor valor. E fique me perguntando: quando deve custar um corpo? Acho que ele não tem preço, embora admita que, no caso dos seguros, deve haver um parâmetro. Mas acho, também, que neste caso o Governo não está preocupado com o segurado e, sim, com as seguradoras, que já ganham – pelas informações que tenho – um belo dinheiro com este tipo de seguro.

A questão é, em primeiro lugar, o fato de sermos obrigados a comprar um seguro, que deveria ser opcional, contratado diretamente com uma seguradora, dentro das condições de mercado. E, segundo, que também os valores relativos à indenização deveriam ser negociados. Se posso pagar um pouco mais, tenho uma indenização maior. Mas não, o Governo torna a compra obrigatória e fixa valores tetos para as indenizações. Será que o segurado foi ouvido? Duvido muito.

Não sou daqueles que acham que o Estado não deve interferir na vida do cidadão. Deve, pois tem um papel regulador e, com ele, pode agir no sentido de beneficiar quem precisa de um benefício, como no caso da inclusão social. Acho, no entanto, que a questão dos seguros não está entre as medidas que o Governo deve regular. Que institua o seguro, que ele seja obrigatório, mas que o dono do veículo tenha liberdade de escolher.

Voltando à questão do preço, olhando-se apenas o valor monetário, ele é irrisório, mesmo se somarmos todas as partes do corpo, no caso do seguro obrigatório de veículo. Eles – o seguro e o Governo – não levam em conta que, dependendo da atividade, uma parte do corpo pode ser muito mais valorizada. É o caso das mãos, e nem falo dos jornalistas, mas dos médicos, dos cirurgiões.

Ah, mas tem um aspecto interessante: não vi, até agora, ninguém comentar o assunto. Parece que ninguém se importa. E você, o que acha?

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