Vagas de idosos ou deficientes ocupadas por quem não o é. Estacionamento proibido cheio de carros, que ignoram a proibição. Carros estacionados em fila dupla, impedindo o trânsito como se isso fosse a coisa mais normal do mundo. Flanelinhas que se tornam donos das ruas e cobram pedágio de um espaço que é público e pelo qual pagamos, através dos nossos impostos.
Motoristas que furam o sinal – farol – e nem ligam. Gente que finge que não vê a fila e entra na frente, desrespeitando quem já está esperando. Celulares ligados onde deviam estar desligados. Pessoas que conversam em ambientes em que deveriam ficar em silêncio. Gente que para sobre a faixa de pedestres e acha isso normal.
Profissionais que prometem fazer um serviço e não o fazem. Reuniões que são marcadas para um horário mas nunca começam na hora combinada. Carros estacionados em locais proibidos, sobre a calçada ou em áreas destinadas à movimentação de cargas. Pedestres que invadem as pistas, colocando sua vida em ameaça e a dos próprios motoristas. Gente que come em restaurantes de quilo antes de pagar. Pessoas que comem nos supermercados e descartam a embalagem, sem pagar o que consumiram.
Quem é que não presenciou uma ou mais cenas destas? Acho que todos nós, todos os dias, estamos nos deparando com mais e mais má educação. Parece que as regras sociais não mais se aplicam, que os regulamentos não precisam ser cumpridos, que não há mais uma ética a ser seguida. Parece, enfim, no reino absoluto da má educação.
Sou considerado zen pela maioria dos meus amigos, mas essas atitudes têm me irritado, e muito. Talvez eu tenha sido criado de forma diferente e tenha internalizado que alguns comportamentos a gente não adota. E sobretudo, que não toma nenhuma atitude que prejudique os outros e que não gostaríamos que tomassem em relação a nós.
Sim, estou irritado. E isso me irrita. Me estressa. O pior de tudo é que não vejo condições para mudança. Sei por experiência própria que essas atitudes estão se tornando mais e mais corriqueiras, encaradas, muitas vezes, como se fossem coisas normais. Não são. Mas quem se importa? E, confesso, o não se importar, também me irrita.
Não posso dizer que não cometa erros, não tome ações que irritem os outros. Mas conscientemente procuro evitá-las. Algumas coisas, no entanto, decididamente não faço. E se adoto esta atitude o faço com cunho egoísta, pois penso mais em mim que nos outros. Mas parto do princípio que não faço aos outros o que não quero para mim. E isso me dá a justificativa para ficar na contramão, procurando ser correto e me irritando quando vejo gente que não o é.
15 Respostas
Você tem razão, Lino: as pessoas são mal-educadas mesmo. Tô cansada de presenciar, dentro de ônÃbus, homens sentados em lugares reservados a idosos e portadores de deficiência e, se a gente não pede (já fiz isso várias vezes e vou continuar fazendo), ficam com cara de paisagem como se não fosse com eles.
Quanto à vaga de deficiente, tenho uma amiga que dirige e, quando estou com ela no carro (ela tem aquele credenciamento) temos que ficar brigando pela vaga que está sempre ocupada.
Irrita tremendamente.
Bjo.
Nem me fale meu amigo… ta ai uma coisa que vou sentir falta daqui do reino encantado. Os ingleses sao super bem educados e tomam o maior cuidado para nao ocupar o espaco do outro, quando fazem sem querer se sentem ate envergonhados e pedem milhoes desculpas.
Talvez essa seja uma consequencia do jeitinho brasileiro que alguns brasileiros tanto se orgulham. Essa mania idiota de que a maioria dos brasileiros tem de querer se dar bem sempre, mesmo que para isso ele tenha que invadir um pouquinho o espaco alheio… afinal, eh so um pouquinho nao eh mesmo ? Mas um pouquinho aqui, outro pouquinho ali, chega uma hora que ate as pessoas mais zens do planeta se enervam, afinal, ate os zens tem limites.
Beijos
Lys
Lino o descrito é pura e simplesmente a verdade do nosso cotidiano. Acho q
Lino o descrito é pura e simplesmente um retrato do nosso cotidiano. Acho que cada vez mais o brasileiro aprende, desde o berço, a ser mal educado, indiferente, e a aplicar com demasiada constância a famigerada “Lei do Gerson”.
Isso constatado, amigo, só posso te recomendar umas boas e constantes doses de Maracujina para enfrentar o estresse do dia-a-dia, e rezar pelosnossos netos e binetos.
Mas só é possÃvel conseguir uma ulcera ou tem outra solução?
É meu amigo… Está cada vez mais difÃcil agir corretamente, há, hoje em dia, uma total inversão de valores, onde o honesto é visto como bobo, “macho que é macho não é educado, espanca o coitado…” Só que, “em grupo” não é mesmo? Além de muitas outras coisas que realmente tira a gente do sério.
Eu tento fazer a minha parte, fazer o que é correto pra mim, tento não me estressar com a atitude dos outros, se bem que, à s vezes, é muito difÃcil mesmo.
Um abraço.
Pois é, Lino, as pessoas que agem assim, as “espaçosas”, acreditam que estão sozinhas no mundo e que os outros não merecem respeito. Também acho horrÃvel, mas está cada vez pior!
Abraços.
Lino acabei de me sentir muito próxima a voce… dá vontade de dizer: Para tudo que eu quero descer.
Acredito que seja o tal jeitinho brasileiro… quê que tem furar a fila… quê que tem abrir o capô do carro e colocar a música Créu na maior altura… quê que tem não pedir por favor ou dizer obrigada… É mesmo muito irritante e o pior que muitas das vezes as pessoas dizem que eu tô ficando velha… tudo bem… estou mesmo… sou do tempo em que se obedecia os pais, que tinha hora para entrar pra dentro de casa, do tempo que se respeitava os mais velhos… graças a Deus.
Um forte abraço solidário.
As pessoas são folgadas mesmo, não tem a mÃnima noção de onde termina o seu limite e invade o espaço do próximo.
Feliz dia dos namorados.
Big Beijos
Pois é, Lino, somos de um tempo mais gentil, quando seguir as regras da boa educação era um comportamento louvável. Hoje em dia gentileza e educação são vistos como coisas de otários, trouxas. Mais do que irritante, é revoltante esta cultura do levar vantagem sempre e a qualquer preço. Neste aspecto, o mundo mudou para pior.
Um abraço.
Lino, isso acontece em todo o lugar. Apesar do alemao ser super rigoroso e exigente, ele também comete todas essas falhas que você citou. A única diferenca, é que por aqui é um ou outro. No Brasil, isso é normal. Eu também já era vista pela minha própria famÃlia como aquela que era exigente. E agora que vivo aqui, a coisa piorou. Mas te entendo perfeitamente. Chega uma hora que esgota a paciência porque as pessoas preferem bater com a cabeca no prego da ignorância, a mudar.
Ótimo texto.
Bom fim de semana prá vocês.
Excelente texto…. concordamos contigo em gênero, numero e grau… Me dói terrivelmente quando vejo esses desmandos… muitas vezes reclamo e já levei cada fora de arrepiar, mas vou continuar reclamando e sendo chamada de “chata”… sou mesmo de outro tempo… quando vejo crianças gritando com os pais, tenho pena deles, pois um dia vão sentir na pele por não terem dado educação aos seus “bichinhos”, porque viram “bichos”… até os bichinhos de estimação precisam ser educados. Quando envio fotos aos amigos no Brasil, me respondem procurando: “onde estão os papeis no chão??? tenho que rir. Entretanto, no sábado passado constatei um fato que me deixou muito triste. Aqui em Leiden, a principalmente rua do comércio do centro da cidade estava tão suja que reclamei em voz alta, mas… a escola parece ser a mesma para todos ultimamente…
Bates sempre num ponto importante quando escreves, continua assim, terás também sempre bons leitores, sim para bons textos.
bs,
Sinto que, a cada novo dia, aumenta nossa impotência diante destes novos tempos, onde não se respeita mais o espaço do próximo. Somos atropelados pela má educação, pelo desrespeito e por todo tipo de violência, como se estivéssemos onde não deverÃamos estar, atrapalhando, incomodando. E a pergunta é: aonde tudo isso irá nos levar? Grande abraço.
Realmente dificil, uma vez iria fazer vestibular num domingo e fui dormir cedo…um dos times de futebol local ganhou uma partida e as pessoas daqui do bairro acharam que poderia comemorar com buzinaço e som alto…acordei á meia noite e só consegui dormir ás 3 e acordei as 4:30 para me aprontar…tive muito sono na prova…falei com o fiscal dormir uns trinta minutos para poder conseguir raciocinar…cinem então é um dos piores locais,,,as pessoas vão para comer, abrir sacos de lanches, joogar salgados e pipocas na platéia e conversar e o filme torna – se apenas um lixo porque o que mais interessava a estas pessoas era a falta de educação…acho isto vem de uma frase que é meio auto ajuda para sociedades capitalistas “vc é o dono do seu próprio nariz” e é verdade…o mundo é individual e como individualidade cada um monta a regra…profissão do futuro? – psicologo…psi…coterapeuta….todos os psis!
abs
O problema é que nosso povo segue a risca do levar vantagem em tudo. E também a falta de limites, ética e responsabilidade. Não sei onde isso vai parar.