PARA QUE SERVEM AS EMPRESAS?

Qual é a sua percepção do papel das empresas? O que você acha delas terem lucro e em que ele deve ser aplicado? Não exatamente assim, nestes termos, mas a Futura, uma empresa especializada do Espírito Santo saiu às ruas e perguntou aos capixabas o que eles acham que deva ser o papel da empresa e como vã o lucro que elas devem obter. O resultado, no meu entender, foi meio inusitado, já que a visão local – e creio que não seja muito diferente em outros Estados – é que a empresa tem um papel eminentemente social.

É claro que as empresas tem, sim, um papel social. Mas o lucro é fundamental, já que é ele que faz com que seja saudável, continue, cresça e, ao fazer isso, acabe exercendo o papel social que a população vê nela. Mas quais são os números? Para começar, quase metade dos entrevistados acha que o principal papel da empresa é gerar emprego. E esta visão cresce com os – mais de 11% – que vê nela a junção de crescimento econômico com justiça social.

Em relação ao lucro, o motor do capitalismo e que é responsável, no final, pela manutenção, crescimento e desenvolvimento empresariais, o número dos que acham que esta é a finalidade da empresa é muito pequeno. De qualquer sorte, questionado, no caso da existência de lucro, qual deve ser a sua destinação, uma boa parcela quer que ele seja distribuído com os empregados e um número significativo acha que deve ser empregado para fazer justiça social.

Um dado curioso apontado pela pesquisa é que, quando mais informada a pessoa entrevistada, menor a percepção de que a empresa existe para gerar lucro. Nas camadas menos informadas da população, há uma maior percepção de que este é um dos objetivos empresariais. Se depender da população, os acionistas não veriam, nem de longe o lucro dado por suas empresas, já que seria, no entender dela, distribuído para os empregados, em benefícios sociais, etc. e tal.

Uma das reflexões que fiz a partir do resultado da pesquisa é que, parece, nós brasileiros temos vergonha de lucrar com uma atividade empresarial. Aqui, no Espírito Santo, chegou-se a cunhar uma epíteto para a relação do cidadão com o sucesso, principalmente o financeiro: Síndrome do Caranguejo. Explico: coloque o caranguejo em um recipiente onde, para sair, ele tenha de subir. Quando tenta fazer isso os outros, que também estão tentando escapar, acabam puxando-o para baixo. Esta seria a nossa relação com o dinheiro e com o sucesso, sempre tentando puxar para baixo que o consegue.

Não sei se é isso mesmo. A pesquisa, no entanto, torna clara a relação estranha que o cidadão tem com o dinheiro. Embolsá-lo e usá-lo em seu proveito? Nem pensar. Antes, deve ser usado no social, distribuído. Parece até que viramos todos socialistas, o que não é, nem de longe, verdade. O fato é que há, em relação às empresas, uma visão distorcida do seu papel, que também é social, mas que só se pode cumprir mediante a realização de lucro. O que temos, aparentemente, é mesmo um capitalismo envergonhado.

E você, o que acha da questão? O que deveria, no seu entender, ser feito com o lucro das empresas? A minha visão pessoal é que ele tem de existir, pois sem ele a empresa não progride. E somente com lucro é que ela, de forma efetiva, pode cumprir o seu papel, inclusive o social, de dar empregos e contribuir para o desenvolvimento.

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