NÃO, AQUI É SÓ PARA LANCHES

 

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Acho que nunca disse, mas tenho uma dieta complicada, como meio que frugalmente e já há algum tempo optei pelo que as pessoas chamam de “alimentação saudável”. Não que não me permita, às vezes, comer diferente. Mas se faço isso de modo contínuo, pago o preço de problemas digestivos, que não são agradáveis.

O que quero dizer, na verdade, é que o chamado os sanduíches estão meio distantes da minha dieta. Primeiro, por não gostar muito deles, seja do McDonalds, Bobs ou outro qualquer. Depois, pelo fato de se os comer, vou ter problemas. Então, acabo fazendo uma opção diferente, comendo uma salada, uma carne grelhada e pouco, bem pouco, dos outros alimentos.

Mas este post não é para contar minhas aventuras alimentares, mas para falar do hábito que vemos, todos os dias, ao frequentar, por exemplo, a praça de alimentação de um shopping. O que se vê, olhando-se à esquerda, à direita, para frente ou para trás, são filas nas lanchonetes que oferecem estes suculentos sanduíches, cheios de gordura trans, com carne processada, um queijo bem gorduroso e batatas fritas – bem fritas, por sinal – em muita gordura. E para completar a dieta um copo bem grande de refrigerante, na maioria das vezes Coca Cola. Tudo bem saudável, não?

Mas existem exceções – e não é o meu caso, não. Um dia desses, na hora do almoço, próximo à minha mesa sentou-se uma família: pai, mãe, um casal de filhos e a avó. Quando os vi chegar, pensei: Mais crianças que vão comer um sanduíche. E, por causa disso, fiquei observando-os. Primeiro, a mãe e a avó se levantaram. Pouco depois, voltaram sem sanduíches. Achei estranho, mas esperei.

Um pouco depois a menina, a filha mais velha, também se levantou. E voltou rapidamente reclamando de uma fila grande e de que não tinha o que ela queria. O menino a acompanhou e voltou também sem nada comprar. Depois, foi o pai. Saiu para comprar um chope, voltou, sentou-se e tornou a sair para fazer um prato onde só tinha carne. Certamente o tira-gosto para acompanhar o seu chope.

Com a filha reclamando que não ia a um dos restaurantes por estar com vergonha, o pai acabou se levantando de novo e indo ver se tinha o que a filha queria. Voltou, logo depois, sentou-se novamente e virou para a filha, afirmando:

– Não, ali é só pra lanches. Eles só têm sanduíches.

Fiquei agradavelmente surpreendido, mas não sei como a história acabou e o que, no final, as crianças comeram. Me parece que não foram sanduíches, a ver os primeiros movimentos que fizeram. Também do lado dos pais não houve nenhum incentivo para que fossem ao McDonalds, por exemplo.

No tempo que acompanhei a família, lembrei-me de minha infância, com minha mãe dizendo que tinha de almoçar e jantar, não comer um sanduíche, pois ele não era uma refeição e não a devia substituir. Bem ao contrário do que hoje afirma a propaganda das várias redes que investiram para alimentar mal a população.

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