Há alguns dias deparei-me, ao navegar pela internet, com um levantamento que mostra os números da grande rede, indo da quantidade de pessoas em todo o mundo que estão ligadas às redes sociais à quantidade de sites e continentes onde o acesso da pessoas é maior. Feito pelo Pingdom, a estatística não fala em informação, mas o volume dela está implícito nos próprios números divulgados.
Temos, hoje, mais de 550 milhões de sites em todo o mundo. Deles, 79 milhões são de sites que usam o WordPress – seja hospedando um blog gratuitamente ou usando o programa para a própria hospedagem – sem contar com outras plataformas de publicação. O avanço do digital está mudando, de forma dramática, a maneira como consumimos informação. Ela, agora, está disponível na nossa tela quase que em tempo real, o que torna a globalização uma realidade.
O volume de informação é tão grande que podemos dizer que começamos a viver a era do esquecimento. Explico: existe uma teoria em história que fala que, quando falamos do passado, não nos focamos no que lembramos, mas no que esquecemos. O fato é que as novas informações se sobrepõem à s antigas e o que foi lido pela manh㣠pode não ser lembrado à tarde. De outro lado, a informação virou entretenimento, sendo destacada de acordo com o gosto pessoal de cada um, que a pode selecionar para suprir exatamente o que quer.
O problema vem exatamente na hora da seleção. O que é importante ler? Será que são os comentários e links dos amigos a quem nos conectados no Facebook? No Orkut ou em qualquer outra rede social? Como valorar a informação, distinguindo o que é importante – olhando-se um todo – do que não é? Esta é, sem dúvida, uma situação complicada, principalmente pela irrelevância a que a informação impressa está chegando, o que ocorre pela tentativa de imitar a internet, e não de oferecer conteúdo diferenciado.
Não tenho uma receita que leve à melhor informação. Acho que ninguém a tem, até porque as pessoas são diferentes, tem interesses diferentes e procuram informações diferentes. De uma coisa, no entanto, tenho certeza: há excesso de informação e a maioria dela não tem, no final, nenhuma relevância. Se olharmos bem, não acrescenta, na verdade, nenhuma informação, com o esquecimento vindo logo após o seu consumo. Um exemplo? A Luiza, que estava e voltou do Canadá. Uma bobagem que ganhou destaque.
E há, ainda, um outro aspecto. Como o maior volume de informação gerada pela internet não tem importância, podendo divertir na hora, mas não permanecendo, a cada dia está mais difícil separar o que importa e o que é bobagem. E isso nos leva ao estágio de conhecermos tudo, mas não sabermos nada, o que ocorre graças à informação sem profundidade, que se limita a um título e a poucas linhas, colocando ao mesmo lado da Luiza, a que estava no Canadá, a crise europeia.
Repetindo, não sei o caminho. Mas precisamos achar uma maneira de separar o relevante do irrelevante, aprofundando a informação e fazendo com que ela atue ao nosso favor. Enquanto isso não acontece, vamos continuar a conhecer tudo sem saber nada.