COM O NOME NA TESTA

face.jpgQuem percorre os canais de TV a cabo já deve ter passado pelo programa Miami Ink, que retrata o dia a dia de tatuadores que, com sua vida na televisão, devem ter conseguido muito mais clientes. Em uma das chamadas do programa, um dos participantes, referindo-se às pessoas e aos locais inusitados em que querem se tatuar, afirma: Tem pessoas que não têm vergonha nenhuma.

Pessoalmente, não sou adepto das tatuagens. Acho, no entanto, que isso é questão de uma decisão pessoal e admito que, se acho feito, muitos gostam e fazem. Então, é natural que encontremos pessoas com tatuagens, aparentes ou não, discretas ou não. De qualquer forma, elas sempre chamam a atenção e tenho visto, em várias oportunidades, gente olhando com cara de censura para quem é tatuado.

Sei que tem pessoas que fazem apenas uma pequena tatuagem. Outras, quase que cobrem o corpo todo. Mas não tinha visto ninguém com o rosto tatuado. O que dizer, então, da testa? Pois é, durante a semana, no edifício onde trabalho, subi com uma pessoa no elevador que tinha a testa tatuada. Ou se não era uma tatuagem, pelo menos parecia muito.

Na verdade, fiquei em dúvida. Não consegui concluir se era mesmo uma tatuagem. Inicialmente pareceu-se como uma marca, deixada por algum tipo de acidente. Surpreendi-me pelo lugar em que estava, no meio da testa. E como não quis encarar a pessoa – até para não constrangê-la ou ficar constrangido – não pude fazer uma observação mais direta. Conclui, no entanto, que não era uma marca de acidente.

E a conclusão foi baseada no fato de que na testa da pessoa estava escrito um nome. Ora, se é nome não pode ter surgido de um acidente. Então, só podia ser uma tatuagem. Mas feita, pois deixou na pele uma marca como se fosse um queimado. Mas, sem dúvida, uma tatuagem.

Fiquei pensando: O que pode levar uma pessoa a gravar um nome na testa? Sinceramente, não sei. Já vi casos de nomes nos braços, na perna, no peito e até em áreas menos expostas. Mas na testa, não. O incomum acabou me chamando a atenção. E não fui o único, pois notei que os outros ocupantes do elevador também observavam, mesmo que procurando fazer de forma discreta.

Será que, no fundo, é preconceito meu? Será que todos, no final, somos preconceituosos e olhamos enviesados quem tem tatuagem? Repito que, pessoalmente, não sou favorável a se marcar o corpo. E você, o que pensa?

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