A VIDA SOCIAL DAS PLANTAS

O homem, nos dizem os sociólogos há longo tempo, são seres sociais, significando que somos grupais. Não somos os únicos, como os estudos de outras espécies mostram. Vários outros vivem de maneira gregária, em grupos e bem organizados. Um exemplo? Os lobos que formam agrupamentos em torno de uma liderança clara. Ou então as hienas, dominadas pelo matriarcado, com a liderança feminina comandando o grupo e determinando o que ele irá fazer, como se comportar. Os exemplos, na verdade, são muito, mas nós, os humanos, por estarmos no topo da cadeia alimentar, muitas vezes achamos que somos os únicos organizados, vivendo em grupo.

No caso humano a sociologia, a antropologia, a psicologia e outras disciplinas cuidam de nos radiografar, nos virar pelo avesso, determinando como e porque nos comportamos de um e não de outro jeito. Isso tem acontecido bastante também com o que chamamos de mundo animal. O estudo de espécies tem ajudado, inclusive, a entender o próprio humano, relacioná-lo dentro de um contexto com o ambiente em que vive e inferir, daí, o que ele pode ou não fazer, inclusive em termos de sociabilidade. Mas isso, certamente, vocês já sabem.

O que talvez não saibam é que estes estudos sobre sociabilidade estão se expandindo e chegando ao que poderíamos chamar de reino vegetal. O que isso quer dizer? A se tomar por base alguns estudos recentes, um dos primeiros pontos é que as plantas – tal como os homens e outras espécies animais – também tem vida social. De acordo com os cientistas, alguns tipos de plantas são capazes de se comportar quase que como humanos, dando prioridade à família e afastando os estranhos do seu entorno. Estes estudos, de um modo geral, são muito recentes, mas mostram que o comportamento social não é uma exclusividade do reino animal.

Uma mostra dessa ação, segundo os pesquisadores, se dá com a Impatiens pallida (na ilustração) – cujo nome em português eu não sei – que promove o crescimento de suas raízes de forma mais rápida ou mais lenta dependendo do ambiente em que está- Se está cercada de outras da sua espécie, cresce de maneira muito mais lenta. Se sozinha, expande de forma muito mais rápida suas raízes. Os cientista acham que elas tem, tal como os humanos, uma seleção de sua própria família, dando maior atenção a ela e, com isso, colocando de lado quem não é aparentado ou relativo. E é por preferirem a própria espécie que formam grupos, ocupando um determinado espaço, o que impede o florescimento de outras plantas.

E os cientistas acrescentam que as plantas, tais como os animais e os humanos, são capazes de reconhecer sua própria espécie. O que eles ainda não sabem é como fazem isso, mas desconfiam que seja um processo químico. O que parece claro para os cientistas que estão se debruçando sobre este novo campo de pesquisa – comportamento das plantas? – é que as plantas podem ter comportamentos muito mais sofisticados do que imaginávamos antes. Ou que podem ter comportamentos que, antes, se pensava exclusivo de humanos ou de outras espécies animais.

Estes estudos me chamaram a atenção a partir de um livro que li há algum tempo, O que falta descobrir, de John Maddox. No livro, Maddox fala das últimas descobertas da ciência e aponta os caminhos das novas descobertas, concluindo que, olhando-se o todo do universo e da própria Terra, sabemos muito pouco. No final, sabendo que as plantas tem vida social, as afirmações do livro me voltaram à lembrança, chamando a atenção para o pouco que sabemos do mundo que nos cerca. (Via Wired e Eureka Alert, em inglês)

DUAS NOVAS FEATURES

O blog está incorporando, hoje, duas novas features. A primeira são os assuntos relacionados, que aparecem ao pé de cada artigo e mostra, além do título, uma pequena ilustração – quando o texto original a contém. Estou fazendo isso usando um plugin, o LinkWithin, que descobri no site da Meire há algum tempo, mas só agora decidi usar. Aqui, funcionou a velha máxima do que é bom você copia. E foi o que eu fiz.

A segunda é a adesão do blog ao Google Friends. Já tinha fuçado ele um pouco, mas não havia decidido aderir. Agora, o estou fazendo, como podem ver na barra lateral. E todos vocês, que por aqui passam, estão convidados a integrarem-se à comunidade do blog. Serão muito bem vindos.

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