A IRRACIONALIDADE DA GUERRA

Qual a justificativa para a guerra? Acho que não há nenhuma. Ela é totalmente irracional envolva raça, credo, terra ou qualquer outra justificativa. O que se consegue com a guerra é mais ódio, retaliação, vingança e o comprometimento do futuro. Como humanos, mostramos nosso lado irracional, deixando de lado ações que poderiam levar, se não a uma plena convivência, pelo menos ao respeito ao espaço dos outros. Veja-se o caso de judeus e palestinos. Acho que os dois estão errados. Se conversassem - e isso já ficou provado - tirariam muito mais proveito do espaço em que vivem do que, como agora, se matando. De um e de outro lado, estão forjando um futuro de medo, de recalque e de novas guerras, em um círculo sem fim. A paz é uma necessidade humana. Deixá-la, no meu entendimento, é uma mostra cabal de irracionalidade.

Todos os anos, em todo o mundo, milhões de pessoas pedem paz. E enquanto procuram, com palavras e ações, levar um pouco de paz às suas casas, Estados ou países, de outro lado, alguns milhares de pessoas se esmeram em arranjar meios de matar seus semelhantes. Senhores da guerra ou dirigentes políticos, eles ordenam ataques, dizimam crianças, matam opositores, tenham ou não uma justificação moral para o que fazem. Aliás, cabe uma pergunta: existe justificação moral para a guerra?

Que motivos temos para guerrear? Se olharmos de forma racional, estejamos de que lado for, não há nenhum. Religião? Podemos – e vimos isso em várias partes – conviver com os contrários. Raça? Este é um dos conceitos mais ultrapassados que existem, pois somos todos humanos e, como tal, todos exatamente iguais, não importando a cor de nossa pela. Etnia? Bobagem. Afinal, o que distingue dois brancos, dois negros ou dois asiáticos?

As guerras, no mais das vezes, são movidas por interesses econômicos, pelo menos as maiores. Veja-se o caso do Iraque. Enquanto Saddam Hussein foi conveniente aos Estados Unidos e ao Ocidente, recebeu todo apoio. Quando ameaçou cortar o petróleo ocidental, acabou derrubado e morto. É o caso, também, do Afeganistão, por onde passam dutos de petróleo, que precisam ser protegidos dos “terroristas”.

Mas por que este assunto? Ele vem a propósito da ação de Israel em Gaza. O que se está fazendo é completamente irracional, punindo-se quem não tem nada a ver com a ação política de alguns líderes. Vi na TV alemã uma reportagem que destaca os males da guerra, dos dois lados. A desproporção entre os problemas causados em Israel e os que este causa a Gaza é enorme, brutal mesmo.

Entendo que Israel tem o direito de existir. Como entendo que os palestinos devam ter o seu Estado. Divergências são normais, mas daí a transformar em ódio, em ações extremistas e em jihads vai um longo caminho. As ações em Gaza, no final, mostram, de forma crua, a irracionalidade da guerra. E revela, também, que, nela, quem perde é sempre a parte mais fraca. Neste caso, a população, seja ela judia ou palestina.

Os ataques de Israel, que são condenáveis, estão fazendo com que Gaza regrida. Mas será isso uma garantia de progresso para Israel? Será que isso lhe trará a paz? Acho que não. Na verdade, os ataques acirram o ódio e moldam quem hoje é criança e jovem, despertando-lhes o desejo de vingança, de confrontar o Estado judeu, culpando-o e à sua população pelo que estão passando. A guerra vai criar novos extremistas, gerar novos ataques, proporcionar novas retaliações, novos ataques, novas invasões. É um círculo sem fim.

A situação em Gaza e em várias outras partes do mundo em que há conflitos armados mostram, de forma clara, a irracionalidade humana. Ao invés de conversar, se acertar, estabelecer uma convivência, preferem se matar, destruindo um ao outro e, no final, destruindo seu próprio espaço. Colocam em risco sua casa, sua vida e seu futuro. É ou não uma prova mais que clara de irracionalidade?

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