Ninguém gosta de críticas. E no Brasil, menos ainda. Afinal, foi aqui que inventaram a “crítica construtiva”, que permite criticar, mas não atingir o ponto focal. É meio como um elogio atravessado.
Crítica, pela própria origem da palavra, não pode ser construtiva. Veja-se, por exemplo, o caso da crítica literária, que descontrói o romance, mostrando como ele é, efetivamente.
Esta postura, de ojeriza à crítica, é mais presente na política. Quando se trata de elogios, tudo bem. Quando vem a crítica, nada bem.
E esta é uma postura adotada por Governo e Oposição. No meio de tudo, fica a mídia, aqui entendida como imprensa.
Se fala bem do Governo, a Oposição chia. Afinal, dizem, imprensa tem de ser crítica. Se fala mal do Governo, é o próprio que reclama, dizendo que não reconhece seus esforços.
Isso quando não mexe os pauzinhos para provocar uma “interdição econômica”, com suspensão de verbas publicitárias e outras medidas menos democráticas.
Por que este comentário? Jornalista, só entendo a imprensa como algo independente, capaz de disparar fatos contra tudo e contra todos. O papel do jornalismo não é agradar A ou B, mas mostrar o que está¡ acontecendo e dizer à opinião pública o que ocorre.
Quem julga é a própria opinião pública e é este julgamento que torna um veículo sucesso ou contribui para o seu fracasso.
Elogio é bom. E eu também gosto. Mas este não é o papel da imprensa. Seu papel é refletir os acontecimentos, informando e, com isso, tornando a democracia mais efetiva.
Não é o que ocorre, na prática, poderão dizer. Concordo. A imprensa também falha. E muitas vezes.
Mas ela é melhor assim que amordaçada, alinhada ao poder, sem dizer nada. Livre, a imprensa serrã¡, sempre, a culpada.
Quando é que vamos mudar? Quando os governantes e os políticos entenderão que na democracia a liberdade de imprensa é essencial? Quando admitirão que, sem crítica, não há¡ democracia?
A VOTAÇÃO CONTINUA
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28 Respostas
E o que tem de “imprensa comprada”????? Cheia de lados e favores???
Vou lancar uma teoria aqui…nao posso provar completamente…mas posso provar…brasileiro pode ate gostar de criticar, mas nao aceita critica…veja um exemplo pratico…todo mundo fala..fala e fala do Brasil…todo brasileiro…no dia que resolvi falar da Noruega..o que aconteceu? fui atacada, atacada nao….humilhada pelo demais brasileiros que moram aqui…entao criticar o Brasil pode..mas ai mostrar o outro lado da europa nao… por isso nao agrado ninguem..faco o que acho certo…mas quando o jornalista tem um patrao a coisa muda de figura… fui muitas vezes ameacada de perder meu emprego numa TV do meu estado..
Eu confesso, que tenho um certo problema em lidar com criticas…
Fazer o que…
Beijos
Por isso é importante ser imparcial nas noticias.
Big Beijos
É por isto que eu leio mais blog de jornalistas do que a própria coluna deles nos jornais. Nos blogs eles são mais soltos, já nas colunas, parece que tem alguém amarrando o dedo deles. Este alguém não é o patrão, eu acho, mas o medo das crÃticas que eles não podem deletar como fazem com os comentários.
Um abraço.
Boa pergunta? Quando?
Oiiii… obrigada por sua ilustre visita no meu humilde e desorganizado (em palavras) blog. Adorei!!! Vc é dez escrevendo… um elogio construtivo…rs. A impresa as vezes ferra qualquer um…. grande beijo, e volte. Vou te linkar depois.
Já votei…
Passei aqui pra te convidar pra festa que tá rolando lá em casa. Simbora?
O espaço é pequeno, mas cabe todo mundo.
Vem tomar um champagne comigo e brindar esse momento muito especial.
Beijo no coração…
“Decifra-me… ou devoro-te… Arrisque-se se for capaz.â€
Sempre gostei de crÃticas. Não desacredito os elogios, mas não há o que fazer a partir de um elogio. Ele só pode ser recebido, há um fim inserido no ato de elogiar. Já a crÃtica traz o gosto de começo, ou recomeço, há nela um movimento, possibilidade de transformação e uma lente que consegue mostrar com maior precisão o caráter de quem nos fala, sua maldade escorrendo pelos lábios ou a generosidade da partilha de opinião.
Como tudo na vida tem um limite, as crÃticas também se enquadram nela. A democracia, por sua vez, faz com que as crÃticas sejam vistas como uma semente. Que pode brotar ou não. Depende do jardineiro. Bjus
Oi Lino, vim retribuir a visita e curti muito aqui. Puxa, parabéns pelo blog.
Visitarei com freqüência.
Abração!
Gustavo
Acho que vamos demorar pra termos algo assim por aqui,LINO.
Seria a perfeição.
Mas com a classe polÃtica com o nÃvel da nossa,acho muito dificil.
Abraços!
Paguei o Jabá do João e vim aqui agradecer-te pela visita em meu blog…Gostei bastante da sua casa tem uma cara publicitária com qualidade…faço C.S com Publ e Prog. e adoro isso! quanto à crÃtica, eu acho bastante interessante e os professores da facult piram comigo por eu não gostar de ler a in trodução dos livros…tambem não leio critica de filmes e ou de romances, acho que podam a imaginação. A imprensa televisiva brasileira adquiriu o status de “artista de tevê” e ficou insuportável!!!!
Concordo: a imprensa falha (e é tendenciosa, por vezes) mas é nosso canal, dependemos dela.(na maioria das vezes).
Desculpe a correria, mas prometo voltar ao normal, em breve.
beijos querido e obrigada pelo carinho no comment.
Lino,
desconfio de que dificilmente os governantes aceitarão crÃticas. Seja aquà ou em qualquer outro lugar. O máximo que podem fazer é tentar ignorá-las; aceitá-las, jamais. Entretanto, concordo com você que é muito melhor termos uma imprensa livre, mesmo culpada, do que amordaçada e, pior, aliada ao poder.
Quanto aos livros, também sou fanático por eles, tanto é que um dos motivos que me afastaram um pouquinho (um pouquinho só) da internet foram eles, já que não estava mais conseguindo ler. Sou bastante eclético, como na música. Gosto muito dos romances ingleses, especialmente os do século XIX, assim como de ficção cientÃfica, policiais e suspense. Também gosto muito de história, como, por exemplo, A Capital da Solidão, de Roberto Pompeu de Toledo e História da Vida Privada no Brasil, que é uma coleção organizada por Fernando A.Novais, entre outros. E tem a poesia, sempre com seu lugar reservado em meu coração. Aliás, temos alguns amigos blogueiros excelentes, como o Julio Cesar Corrêa com seu policial “A Arte de Odiar” e L.Rafael Nolli com seus poemas em “Memórias…à beira de um estopim”. Existem outros, mas esses dois foram os últimos que lÃ, recentemente.
Grande abraço.
Meu amigo, a imprensa quando quer mata a pessoa.Eu que o diga!!!!!!!
o andar de cima do paÃs vive um clima de briguinha de colégio (4ª série primária). quem não gosta de um comentário faz biquinho e fica de mal. elogiar o coleguinha de outra patotinha é pedir um chute na canela.
É, Lino, o que não podemos é deixar acontecer aqui o que acontece na Venezuela, onde existe uma mÃdia pró-Chávez e outra contra, mas do jeito que as coisas andam, não duvido nada, aff…
beijos e boa semana
MM
Concordo com você Lino, a liberdade de imprensa tem que ser blindada. Tem que mandar prender quem obstrua a liberdade de expressão ou corrompa o trabalho dos jornalistas.
Ótimo post!
Beijos
Quem tem c* tem medo né? Se o governo tá com medo dos meios de comunicação em massa é pq vive fazendo trambique e não quer que isso vem a tona. Esses ultimos 4 anos foi um retrocesso na questão de liberdade de imprensa, e imagine o que não vai ser os proximos 4.
bjs
Embora todos saibamos criticar, não somos preparados para aceitar crÃticas. Mas eu, como educadora, acredito na crÃtica construtiva. E a pratico. Mas para isso é necessário que se tenha primeiro autocrÃtica e saiba dar ao outro a oportunidade de se auto-analisar. Este é o papel do educador.
Já o jornalista tem a obrigação de ser imparcial. Criticar sim, mas pautado em fatos e isento de pré-julgamentos. Afinal, a mÃdia é a maior e melhor formadora de opinião, né?
Qto aos polÃticos… esta é uma raça à parte! rs…
Beijos companheiro
Eii tô aqui p te oferecer uma linda flor, sei que é virtual e nem tenho como deixá_la
aqui mas pense na mais linda e perfumada de seu jardim, pois é essa mesmo que te ofereço (rs).
Bjs e um otimo dia !!
Bom dia, Lino. Tem um meme pra você lá no meu blog. Passe lá.
Lino, eu acho totalmente impossÃvel uma crÃtica isenta. Sempre a gente vai falar de acordo com a nossa ótica. No entanto, tem gente que abusa desse direito como por exemplo a revista Veja que tomou para si a divina tarefa de derrubar o Lula. Veja bem, o Lula errou e MUITO e eu não votei nele, mas daà a inventar desculpas, é uma distância muito grande. Beijocas
Lino, desde a faculdade ouço falar de liberdade de imprensa(naquela época não havia não, estávamos ainda na ditadura) e sinceramente para mim soa como uma coisa dúbia. Os próprios veÃculos que alardeiam e cobram liberdade de imprensa, dentro de suas redações existem coisas que devem ser evitadas de falar. O problema muitas vezes não é do jornalista que até a faz a matéria corretamente mas quando ela chega ao editores, ela já pode sofrer censuras. Jornalistas que pregam a liberdade, censura um colega. Isso é triste!
E depois tem jornalista que já conquistou seu espaço dentro do meio, que em vez de aproveitar para fazer a coisa de uma forma série, descamba para a perseguição a uma determinada facção com uma total parcialidade que perde a credibilidade.
Mas o que mais detesto na classe é essa mania de bajular entrevistado. Já fiz entrevista com pessoas que eu adorava e nunca babei ovo por causa disso. Eu tenho que entrevistar e ponto final.
Esse assunto rende, se deixar, fico horas falando…rssss.
Bjos.
Lino,
tenho uma frase que digo sempre (eu era chamada para palestras com professores e agora sou bem menos requisitada): há oradores que dizem o que o auditório quer ouvir…e há auditórios que chamam o orador que vai dizer o que eles querem ouvir. PolÃticos em geral querem ouvir o que eles querem ….elogios, bajulações….
Concordo!
=)
Rapaz, então olhe só, eu tb não fico me preocupando em agradar, aliás, acho que o efeito do desagrado é muito superior ao do agrado. Não gosto de criticas se elas se maquiarem de construtivas, gosto de criticas que chacoalham quando necessário, então a enendo como criticas com intensidade maior ou menor. Mais ou menos isso. rsss