Há alguns dias, participando de uma blogagem coletiva sobre as mulheres, promovida pela Meire e pela Lys, um dos assuntos colaterais foi a fama das brasileiras, exatamente da mulher brasileira em outros países que não o Brasil.
Elas são vistas como liberadas, principalmente em relação ao sexo, que os estrangeiros consideram fácil, pelo menos se comparado com o comportamento de suas compatriotas.
Um dos argumentos é que o carnaval, com a sua nudez quase que total, e que é visto como um dos ícones do Brasil, contribui, e muito, para esta imagem. Talvez seja. Só que, no caso do Brasil, a cabeça da brasileira, como muito bem comprova a Pesquisa Social Brasileira, é bem conservadora, pois em relação ao sexo o máximo de concessão é o papai e mamãe
Então, será que além do carnaval, há uma outra explicação? Acho que tem muito a ver com a ocupação, em nível de primeiro mundo, do mercado do sexo pelas brasileiras. Quem nos últimos dias leu jornal acompanhou a história da Andréia, uma capixaba que era cafetina nos Estados Unidos e que ajudou a derrubar o Governador de Nova York, através de uma colaboração com a polícia.
O curioso é que, no noticiário, ela tem sido apresentada como alguém de sucesso e já está na programação da Playboy para aparecer nuinha em pelo. Aqui, no Estado, sua família fala que é batalhadora, que saiu do país para ganhar a vida – literalmente, neste caso – e a defende. Ninguém, no entanto, fala em prostituição.
Dados de O Globo, publicados há uma semana, exatamente a partir da queda do político nova-iorquino, mostra que existem, somente na Europa, cerca de 70 mil brasileiras voltadas para o mercado do sexo. Falando claramente, elas fazem parte da mais velha profissão do mundo. Isto é, são prostitutas.
Particularmente, nada tenho contra o exercício da profissão. Acho que a decisão de vender ou não o corpo, é individual. E deve ser respeitada. Essas brasileiras, no final, estão fazendo o que milhões de garotas de programas – um belo eufemismo para a prostituição – fazem todos os dias no país: vão para a cama com homens em troca de pagamento dos seus “serviços”. Se há interesse de um e de outro lado, que se faça o negócio, que nada mais é do que a compra e a venda de algo.
Mas, voltando aos números: acho que é efetivamente esta participação brasileira no mercado do sexo – com mulheres e com travestis – que no final faz a diferença e deixa a imagem da mulher brasileira como muito fácil, o que, definitivamente, ela não é. Pode ser que em alguns segmentos haja liberdade sexual, mas esta não é a norma e a grande maioria – mais de 80% – é muito conservadora, o que representa exatamente o oposto da imagem que se faz da brasileira.
Assim, enquanto a “vida fácil” levar brasileiras ao exterior ou trazer estrangeiros ao Brasil, a mulher brasileira, fora do país, corre sempre o risco de ser confundida com alguém que está sempre disponível para o sexo. O que temos, comparado com a realidade da mulher brasileira, na verdade, é uma falsa imagem.
Afinal, como provam os números, a brasileira é conservadora em relação ao sexo.
16 Responses
Aqui no Brasil ela será tratada como heroÃna, e vai para a revista oficial dos palermas, a Playboy.
Mas ninguém esqueça que ela foi presa por trafico de drogas, e quase pegou prisão perpétua, o que só não aconteceu porque fez um acordo com a promotoria, para denunciar o uso irregular de dinheiro público. Foi deportada e teve bens confiscados… mas isso o brasileiro não liga, basicamente por não ter apreço pela Lei.
Lino,
a imagem da brasileira está deturpada lá fora, eu poderia dizer que é por conta das moças que vão ao exterior mostrar seus predicados e oferecer seus préstimos, mas a verdade é que discordo dessa opinião. Porque se analisar bem existem muitas européias prostituas espalhadas pelo mundo, bem como russas pobres, libanesas, paquistanesas… onde há paÃs pobre sempre há exploração sexual das moças pobres… por quê o Brasil conseguiu mais destaque? Por ser um paÃs considerado exótico? Por ser um paÃs em pleno desenvolvimento, ainda que limitado!? Quem poderia dizer… Mas uma coisa eu penso, você pra sambar e chamar atenção para a beleza, o luxo e a riqueza do desfile, não precisa expor os seios, usar um tapa-sexo e achar que está pudoradamente coberta… as dançarinas não precisavam dançar quase nuas… as celebridades não precisavam mostrar como vieram ao mundo nas revistas o tempo todo… cada um pode dar o que é seu a quem quer… e mostrar o que é seu a quem quer… nunca achei que o respeito e a dignidade de uma mulher estivessem em suas roupas, em sua aparência… está nos seus princÃpios e nas suas escolhas… mas esta superexposição traz falsas impressões a nosso respeito… Logo, acho que é estupidez dos estrangeiros nos rotularem, mas não posso dizer que é sábio uma mulher dar mesmo que sem querer a impressão de que é algo que está longe de ser… liberal e libertina… Uma pena que todas agora paguem esse preço…
Confesso a você que gosto de roupas decotadas e leves, mas tenho a consciência de perceber que ainda vivemos em uma sociedade que está em transição… moderna e conservadora ao mesmo tempo… Se você não percebe o limite… se perde… e fica difÃcil reencontrá-lo na maioria das vezes…
Beijos (Des)conexos!;)
A coisa é muito mais séria aqui fora. Eu é que o diga e sinto na minha pele. A turminha que chega por aqui faz muita vergonha. É coisa que eu me assusto como pode homens que estudaram, têm um nÃvel de vida alto, se envolvem de tal maneira com cada tipo…eu como brasileira muitas das vezes fico calada e nem abro a minha boca.
Mas infelizmente somente a mulher brasileira está sendo vista dessa maneira. Eles nunca falam que as holandesas dao em cima de homens casados discaradamente. Que as inglesas, após uma cerveja já convida o outro prá cama e as norueguesas bebem até cair e nem sabem com quem dormiram…e assim por adiante. Com certeza, a profissao mais antiga do mundo nao comecou no Brasil, visto quê ele foi descoberto em 1500. Até em tao nunca se ouviu falar de prostituicao. Entao me diga: Quem prostituiu a mulher brasileira???
Boa semana
Corrigindo: onde lê-se “Até em tao; ” lê-se: Até entao
Realmente a imagem da brasileira aqui fora é péssima. Ouvi coisas como “não abra uma firma de alta tecnologia, como brasileira você faria mais sucesso abrindo uma maison close (casa de prostitutas)”. Ou “é melhor você dizer que é árabe, pois das árabes eles não gostam mas respeitam, e das brasileiras eles gostam mas não respeitam, e profissionalmente é melhor ser respeitada que ser estimada”. Claro que vi brasileiras fazendo horrores por aqui, mas existem prostitutas de todas as nacionalidades, sem que a reputação se estenda à s outras compatriotas. Acho que a imagem veiculada do Brasil no Exterior tem muito a ver com isto.
Abraços e boa semana.
Oi Lino!
É lamentável, mas é verdade: a imagem da mulher brasileira lá fora é a pior possÃvel, e acaba fazendo as inocentes (vide caso recente na Espanha) pagarem pelas pecadoras – literalmente, eu diria.
beijo grande e boa semana,
Lamentável a nossa mÃdia dar destaque a uma cafetina como se fosse a dona do mundo.
Big Beijos
Lino,
Li no Jornal esta semana que o Brasil já ocupa o 3o lugar em ‘exportação’ de mulheres para prostituição na Europa.
O pior é que muitas vão sem saber o que vão fazer lá e inclusive ficam com os passaportes retidos.
Eu acredito sim que este é um fator que deturpa a imagem da mulher brasileira, vista como ‘mulher fácil’. Mas acho que no Brasil mesmo, a mulher anda muito desvalorizada. Se prestarmos atenção nas músicas do momento, a mulher é sempre uma cachorra, lacraia, etc… um horror. Ficou famosa? Então tem de sair na Playboy? Será que é este o percurso para o sucesso da mulher? Claro que não.
Este assunto é complicado… Precisamos continuar falando sobre ele.
Beijos,
é triste
há distorção nesta exposição exagerada do corpo
bjs Laura
Lino é realmente lamentável… ela chegou sendo tratada por uma celebridade… é incrÃvel como se glamoriza o que não presta neh não?
Fico me perguntando será que algum dia essa impressão que os estrangeiros têm da mulher brasileira irá mudar?
Um forte abraço, Ro
Oi Lino!!
É verdade, eu também não tenho nada contra as prostitutas, mas há que se pensar que algumas, coitadas, vão para o exterior iludidas com uma vida melhor, e chegam lá sem outra opção, sem dinheiro e sem condições de retornar ao Brasil são obrigadas a se tornarem profissionais do sexo.
isso, é claro, endossa a teoria de que brasileira é fácil, ja que o número de prostitutas lá fora e surpreendente!
abraços!
Lino, eu poderia copiar e colar aqui o comentario do Fabio. É o que penso.
Fugindo do foco principal: como é que é? o resultado da tal pesquisa deu “papai-mamãe”? sei não… me parece mais um falso moralismo, viu? rs…
Beijão!
Não acho a brasileira conservadora quanto ao sexo não…rs. Mas pior do que nossa imagem lá fora é a daqui de dentro…
A falta da educação e de melhores condições de vida e trabalho nesse paÃs acaba fazendo com que muitas mulheres acabem se iludindo e indo para o exterior. O que a mÃdia não diz é o sofrimento que muitas dessas mulheres acabam tendo por lá, em determinados paÃses elas acabam sendo escravas.
Lino. Esse tema da imagem da mulher brasileira no exterior já foi discutido antes…E você vê, até hoje perdura essa mesma idéia: a mulher brasileira é “quente”, anda nua, se vende fácil, etc…Mas, não sabia que a brasileira é conservadora, em matéria de sexo…Veja o comportamento delas nas novelas, nos filmes, nas praias, no Carnaval…Nenhum biquini no mundo é menor do que o da mulher brasileira…
Não sei. Acho que nossa imagem no exterior tem “justa causa”…
Quanto ao conservadorismo…só se for com relação ao século XIX, aqui na terrinha…rs
Beijos.
Dora
Lino. Esse tema da imagem da mulher brasileira no exterior já foi discutido antes…E você vê, até hoje perdura essa mesma idéia: a mulher brasileira é “quenteâ€, anda nua, se vende fácil, etc…Mas, não sabia que a brasileira é conservadora, em matéria de sexo…Veja o comportamento delas nas novelas, nos filmes, nas praias, no Carnaval…Nenhum biquini no mundo é menor do que o da mulher brasileira…
Não sei. Acho que nossa imagem no exterior tem “justa causaâ€â€¦
Quanto ao conservadorismo…só se for com relação ao século XIX, aqui na terrinha…rs
Beijos.