UMA AMEAÇA MUITO PRESENTE

Não sei se você leu ou viu, mas fiquei espantado com os novos números sobre segurança de computadores, publicados pela mídia a partir de um relatório da Symantec, empresa especializada em segurança da internet. Em seu Relatório sobre Ameaças de Segurança na Internet a empresa mostra que as ameaças à nossa segurança virtual só fazem aumentar e que, no caso da América Latina, o Brasil é, disparado, o primeiro gerador do que ela chama de códigos maliciosos.

Em números globais, e os dados são de 2008, foram detectados mais de 1,6 milhão de novos códigos maliciosos. Sim, são o que nós chamamos comumente de vírus e que estão, a cada dia, mais difíceis de barrar. Para se ter uma ideia do que representa este volume de novas pragas, ele sozinho representa 60% de tudo o que havia sido identificado pela empresa nos anos anteriores. Então, pense: em um ano, só nele, foram criados 60% de todos os vírus conhecidos e detectados na internet. Impressionante, não? Mas também assustador para todos nós que estamos na rede e que podemos ser atingidos por estes “pequenos seres”.

Uma outra informação importante – e que contribui para assustar um pouco mais  – é que do total de ameaças identificadas, mais de 90% tinham uma única finalidade: roubar dados do seu – e do meu – computador, usando-os depois. Desse total, 76% destinavam-se à obtenção de dados financeiros, sobretudo de contas bancárias, inclusive com a “leitura” do teclado para identificar senhas utilizadas. O relatório, na verdade, serve sobretudo como um alerta, nos dizendo que devemos ficar mais e mais cuidadosos, escolhendo os programas certos de detecção de “códigos maliciosos” e procurando adotar medidas preventivas de segurança, impedindo a infecção.

O maior cuidado deve ser tomado por quem trabalha em ambiente Windows. É para ele que se concentra a maior parte – na verdade, quase a totalidade – dos vírus e outras pragas que assolam nossos computadores. Os outros sistemas operacionais, sobretudo Mac OS e Linux, tem muito menos ameaças, mas elas, mesmo assim, existem. Os cuidados devem envolver, ainda, o spam. Ainda segundo a Symantec, 80% de todos os emails enviados no mundo são spams. Deles, o campeão absoluto continua sendo os Estados Unidos, embora nos últimos anos tenha diminuído o número deste tipo de email lã gerado. O Brasil é o responsável por cerca de 5% a 7% do total de spams gerados no mundo.

Olhar de perto os spams é importante, também, porque são eles, muitas vezes, que trazem embutido os vírus e os chamados códigos maliciosos. Seja oferecendo uma foto – de quem, aliás, você nunca viu – ou seja pedindo dados que alguns incautos dão, os spams acabam resultando para quem os produz. Existe até uma estatística mostrando que, entre os milhões de emails enviados, sempre há algum retorno. E são eles, também, que acabam contribuindo para uma economia clandestina, permitindo que bandidos de todas as partes do mundo se aproveitem do que não é seu.

A propósito desse assunto, a BBC mostrou, nesta semana, que os spammers estão conseguindo passar pelos vários tipos de controles estabelecidos, como a obrigatoriedade de se digitar uma palavra ou uma combinação de letras e números. A TV britânica mostrou anúncios de jornais buscando especialistas em furar este tipo de controle. O que querem, na verdade, é fazer com que o spam fique mais eficiente. No final, juntando as ameaças de um lado, os spams do outro e unindo-os, chegamos onde chegamos, de elevação do nível de ameaça que sofremos quando ligamos nossos computadores à Internet ou recebemos um email.

O que os números nos indica é que, em se tratando de segurança, vale o velho ditado: Todo cuidado é pouco.

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