SINAIS EXTERIORES DE POBREZA

O brasileiro, todos dizem, tem a incrível capacidade de rir de si mesmo. Em qualquer circunstância é capaz de fazer ou de contar uma piada, sair com uma tirada bem humorada. E faz isso indo das piores às melhores situações, não deixando de lado o comportamento das pessoas, suas crenças, trabalho, paixões, enfim, é capaz de resumir tudo em uma frase engraçadas, que faça rir e que descontraia o ambiente.

Se é algo marcante do brasileiro – e acho que é – isso não significa que todos não tenhamos alguns momentos de mau humor. Alguns, é certo, mais que os outros. Até existem aqueles que costumeiramente são ranzinzas, mas isso, pelo que dizem os entendidos, não é a norma, mas a exceção que a confirma. Um bom exemplo de humor cáustico ou não são os milhares de emails que circulam pela internet. Acho que já disse aqui que tenho um amigo que os recebe todos e, por isso, cuida de me abastecer com o que circula.

Nestes dias recebi dele um email que mostra, no comportamento das pessoas, o que determina o que poderíamos chamar de sinais exteriores de pobreza. Ou dizendo as coisas de maneira mais crua: comportamento de pobre. Talvez você já os tenha visto, mas como achei interessante resolvi reproduzi-los aqui, no blog. E nisso não vai nenhum desrespeito a quem é menos aquinhoado ou para usar uma expressão norte-americana, quem é menos rico. Olhem bem e verão que, ricos ou não, já cometemos algumas delas. Então, não se direcionam efetivamente a quem é pobre, mas a quem tem determinado tipo de comportamento. Confira os sinais exteriores de pobreza:

  • Degustação em supermercado
  • Sabe aqueles balcõezinhos que de vez em quando aparecem no supermercado sempre com uma mocinha simpática e sorridente oferecendo alguma tranqueira pra você experimentar?  Pois é, pobre adora isso. Quem é pobre adora comer qualquer coisa de graça. Uma tristeza…
  • Comprar iPhone no MercadoLivre
  • Fala sério… Isso é caso pra internar. Você acha que um iPhone de verdade custa R$ 299,00??? Em qual planeta você vive? Além de pobre, é retardado.
  • Telha e tijolo
  • A combinação é perfeita. Pobre atrai telha e tijolo feito ímã. Todo pobre que se preza tem que ter uma pilha de tijolo e telha no quintal.
  • Inclusão digital!
  • Inclusão digital é nada mais, nada menos do que um bando de pessoas pobres tendo acesso de alguma forma (como Lan Houses de R$:1,00 a hora, escolas públicas e etc.) a computadores com internet. Isso pode parecer bom, mas… Veja o que fizeram com o Orkut. Transformaram um site legal em um verdadeiro depósito de cyberlixo.
  • Grudar o sabonete velho que está acabando no novo que acabou de abrir
  • Esse comportamento, na verdade, não precisa explicação. Ou precisa?
  • Sandália Havaiana!
  • Meu amigo, presta atenção: só pode passear no shopping de sandália havaiana quem é rico. É fashion! Já o pobre passeando de havaiana é mulambento.
  • Usar terno no fim de semana!
  • Ou é pobre ou é evangélico… Cruz credo! Rico só usa terno no escritório ou em casamento.
  • Tapete na parede!
  • Compra na 25 de março um legítimo tapete persa made in paraguay e põe na parede, para ninguém pisar.
  • Festa no McDonalds!
  • Só pobre acha que festa naquela porcaria de lanchonete é chique. O cara comemora o aniversário dos filhos no McDonald’s fica controlando o que a pirralhada come e depois soma os presentes recebidos para ver se a festa não deu prejuízo.
  • Lavar carro no fim de semana!
  • Santa pobreza! Você já viu alguém da Barra da Tijuca ou Leblon lavando o carro? Em qualquer dia da semana que seja? Quem tem grana, manda lavar.
  • Tá zerinho-zerinho!
  • A criatura desorientada mantém por 15 anos colado no para-brisa do automóvel aqueles selos de controle de qualidade, para fingir que comprou o carro “zero quilometro”.
  • Viajando de avião!
  • Quando viaja de avião, pela Gol, com passagem financiada em 15 vezes sem juros, põe no bolso aquelas pavorosas barrinhas de cereais pra dar pros filhos.
  • Strogonoff!
  • Se você perguntar a alguém qual é o prato favorito e responder “istrogonofi” pode ter certeza é pobre!
  • Crediário na C&A!
  • Fala sério! Só por que a Gisele Bundchem e a Daniela Sarahiba aparecem na TV, você acha que é roupa de rico? É roupa de pobre! Quase o fundo do poço, pois o fundo fica na Sulanca, lá em Pernambuco.
  • Usar camisa de time na segunda-feira!
  • Putz… Que nojeira! Usar a camisa do Corinthians ou Flamengo, na segunda-feira, só pra zoar a galera do trabalho, é típico de quem mora na Freguesia do Ó ou em Rocha Miranda !
  • Vou de Mercedes para o trabalho!
  • Com certeza, o cadastrão que solta essa pérola está se referindo ao ônibus… Quem tem Mercedes, não fala que tem. Tem Classe A, tem A 160, CLK, e por aí vai… Quem tem Mercedes, tem até medo de falar que tem…
  • Laje!
  • Tem palavra que mais denota a pobreza do que… laje??! Por favor, se sua casa ainda não está pronta, seja mais refinado e diga: “Meu imóvel está na estrutura básica…” ou, simplesmente: “Ainda não está pronta”… Jamais diga: “Só tem a laje!”.
  • Samantha, Melanie, Jenniffer, Camille, Grace!
  • Sacanagem com a criança! Botar esses nomes é muito pobre e brega! Coloca um nome simples de todo mundo falar! O que há de errado com os nomes mais simples como: Maria, Ana, etc.?
  • Pobrema ou ploblema, iorgute, táuba, resistro, impim, mortandela, mendingo, tóchico, chalchicha, berruga, imbigo, framengo, curíntcha, fruzão, menas (esse é o pior), largatixa…
  • Palavras mais utilizadas e daí vemos…é pobre! Se não é pobre, é pobre e ignorante, porque todo mundo pode aprender que não é menas, é menos; que não é resistro, é registro; que não é impim, é aipim; que você vai saltar no próximo ponto, não “soltar”!!! Pedir para essas pessoas falarem palavras simples como paralelepípedo, helicóptero é uma afronta. Até porque não repetem a última sílaba mesmo. Fica qualquer coisa como helicópi, paralelepípo e por aí vai… Sem contar que nomes como Wellington, Washington, Wilson e Milton se transformam em Uélitu, Uóchintu, Uílso, e Miltu… Camões se revira no túmulo a cada vez que ouve…

Sim, é puro preconceito, dirá você. E está certo. Toda as afirmações embutem, é verdade, preconceito. Mas que tipo de brincadeira, piada ou jogo não tem uma determinada dose de preconceito. E é destacando este tipo de comportamento, gerando o estranhamento, que se faz humor. Não rimos das gafes do Presidente Lula? Não vivemos apontando as besteiras que os narradores de futebol dizem na televisão? Neste caso, os pobres – e muitos que não o são – tem comportamentos assemelhados. Quem já não colou os sabonetes que atire a primeira pedra? Ou quem não sucumbiu e levou os filhos para uma festa no McDonalds?

Na verdade, são comportamentos comuns adotados, em algum momento, por todos nós, seja torcendo para um time, seja querendo construir sua casa, que é o sonho de quem não a tem, ou mesmo pronunciando as palavras. Devemos nos lembrar que a fala é diferente da escrita e que a língua formal difere da língua usada no dia a dia, que é mais solta, não se prendendo a tantas regras. Enfim, embora embutam um forte preconceito, não deixam de ser engraçadas. Ou não?

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