SINAIS DE FUTURAS MUDANÇAS

Sempre que se fala sobre política, principalmente envolvendo o seu lado eleitoral, costuma-se ouvir que o brasileiro é alienado, não participante e, por ter em média baixa educação, facilmente manipulável por aqueles que usam o clientelismo como atrativo eleitoral. Aqui mesmo, no blog, estes assuntos já foram discutidos e, com base em pesquisa de fundo, muito séria, de certa formal, demolidos, notadamente no que ser refere ao clientelismo, que é uma via de mão dupla, com o eleitor exigindo-o para eleger alguém.

Este, contudo, não é o foco de hoje. A política e o comportamento do brasileiro, sim, continuam focado. E isso decorre de uma ampla pesquisa feita pelo Datafolha, de que tomei conhecimento através da Rádio CBN em um comentário do Gilberto Dimenstein. Nele, o jornalista faz uma apreciação sobre os números da pesquisa e chama a atenção para dois pontos. No primeiro, a maior preocupação do brasileiro, que é com a saúde. E no segundo, o que mais aprovam no Governo Lula, que é a educação, que ganha dos programas sociais, tipo bolsa família.

Fiquei surpreso com o resultado. Mas concordo com o Gilberto que isso significa uma mudança de postura do brasileiro. Se há, genuinamente, uma maior preocupação com a saúde, isso significa que o assunto irá entrar na ordem do dia. Afinal, no próximo ano teremos eleições e os políticos irão ao encontro do que quer o eleitor. Com isso, a saúde pode ganhar maior atenção. No caso da educação, a percepção de que as coisas vão bem, também é muito interessante, pois mostra a preocupação com o futuro. O cidadão – ou pelo menos uma parcela significativa deles – sabem que a educação é fundamental para garantir o futuro.

De um lado e do outro, na preocupação e na aprovação, estes são dois sinais claros de mudanças futuras, com o brasileiro médio valorizando mais os investimentos em infraestrutura e em atendimento à saúde, direcionando os programas governamentais para esta finalidade, através da percepção dos próprios políticos. E no caso da educação, quando mais ela avançar, melhores eleitores teremos. Tanto em um, quanto no outro caso, teremos eleições mais qualificadas e, com isso, poderemos melhorar a representação política.

A pesquisa mostra sinais claros de mudanças futuras. Isso, no entanto, não quer dizer – e não acredito nisso – que acabaremos com o clientelismo. Não, isso não ocorrerá. Alguns políticos continuarão nesta linha, exatamente por encontrarem acolhida no eleitor. A mudança só se dará, mesmo, em um futuro próximo, quando a educação estiver universalizada e funcionar como meio de inclusão, incluindo nela as camadas mais pobres da população. Temos, aqui, um longo caminho, mas pelo que dizem os números da pesquisa, a mudança já começou.

E nós, que somos formadores de opinião, podemos contribuir para esta mudança. Uma forma é esta, de chamar a atenção para a questão, divulgando-a e fazendo com que mais e mais pessoas entendam que a política é feita para a maioria e, nela, está antes de tudo o bem estar da comunidade. Atender a comunidade, então, é prover assistência à saúde, mas também cuidar de prevenir problemas, com investimentos em água, esgotos, calçamento de ruas, melhores moradias, etc. E ganhará mais importância na medida em que as pessoas forem informadas, o que depende, basicamente, da educação.

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