ROBÔS, HUMANOS E SUA CONVIVÊNCIA

Fora da nossa vista, em comunidades acadêmicas, existe toda uma discussão sobre o que os cientistas chamam de a nova geração de robôs. Eles assumem que, dentro de mais alguns anos, os robôs serão uma presença marcante na vida humana, não só atuando em tarefas pesadas, impróprias para os humanos, mas estando em cada casa, ao lado das pessoas, ajudando-as nas tarefas diárias e cuidando, por exemplo, da limpeza da casa.

Se isso vai acontecer, então é preciso discutir como será a interação entre máquinas e humanos, estabelecendo-se uma ética que faça com que, a partir do partilhamento do espaço entre robôs e pessoas, promova-se, primeiro, uma coexistência, o que permitirá a assistência dos primeiros às segundas e, por fim, que essa ética se foque na construção de uma sociedade pacífica e segura. Mas como fazer isso?

Os cientistas estão partindo das Leis da Robótica, estabelecidas por Isaac Asimov, um dos mais laureados e conhecidos escritores de ficção científica. As leis foram apresentadas no livro Eu, Robô, que também virou um filme de sucesso, e são as seguintes:

  • 1ª Lei: Um Robô jamais deve causar danos a um ser humano nem, por omissão, permitir que isso aconteça.
  • 2ª Lei: Um Robô deve sempre obedecer a ordem do ser humano, a menos que isso entre em conflito com a 1ª Lei.
  • 3ª Lei: Um Robô deve proteger sua própria existência (proteger-se de danos) a menos que isto entre em conflito com a 1ª ou a 2ª Lei.

A ideia das leis é que um robô, ao ser submetido a elas, não possa, de forma alguma, causar danos aos humanos. A questão hoje posta caminha neste mesmo sentido, mas pergunta: Serão elas suficientes? Não existem várias outras implicações quando se fala do relacionamento entre robôs e humanos? O que deve ser feito para que, com o partilhamento dos espaços, tenhamos, de modo efetivo, uma sociedade pacífica e segura?

A discussão é pertinente até do ponto de vista econômico. Um grupo de estudiosos japoneses, onde há o maior avanço na produção e adoção de robôs, prevê que dentro de mais 15 anos a economia em torno da produção de “novo humano” girará na faixa dos 64,8 bilhões de dólares, o que é uma quantia bem considerável. E estimam, também, que os robôs começarão a assumir uma série de atividades que hoje nós fazemos, sobretudo relacionadas à manutenção e cuidados com a casa.

Será que as três leis cunhadas por Asimov darão conta de questões como a de serem os robôs desenvolvidos para fazer tudo o que poderiam fazer? Eles poderão, por exemplo, transformar-se em enfermeiros, cuidando das pessoas? Poderão ser encarregados da alimentação de seus proprietários? Poderão ter capacidade sexual, permitindo um relacionamento interespécies? Pode, de início, parecer que os cientistas estão gastando um grande tempo em questões secundárias, mas se teremos uma sociedade partilhada estas questões precisam ser postas.

Aliás, no caso deste blog, o assunto robôs e vida artificial não é novo. Ele foi abordado, aqui, por exemplo, em Meu robô tem ótima pele, E que tal sexo com uma robô?, Casando-se com um robô e em E eles vão imitar os humanos. Este é um assunto que me interessa e as discussões que ocorrem em torno dele, também. Acho que, sim, teremos a presença dos robôs entre os humanos e que, exatamente por isso temos de discutir essa relação e todas as implicações que isso vai nos trazer.

O trabalho que levanta a necessidade de se discutir leis para a robótica chama-se: Toward the Human-Robot Co-Existence Society: On Safety Intelligence for Next Generation Robots. E vai muito além do que aqui se disse. Se este é um assunto que lhe interessa, sugiro a leitura. Se a fizer ou não, no entanto, fica a pergunta: O que você acha do relacionamento entre robôs e humanos?

UM PEQUENO RECESSO

Aproveitando o feriadão, este blog faz um pequeno recesso. Isso quer dizer que, na próxima semana, ele ficará meio que abandonado. Mas é temporário. Na semana seguinte as coisas – espero – voltarão ao normal e o ritmo de publicação será retomado. Então, até lá.

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