QUAL É MESMO O APELIDO?

O assunto não é recente, mas eu só o descobri agora e é por isso que o estou trazendo aqui. Nos anos 70 do Século XX, o jornal Diário Popular, de São Paulo, que não mais existe, publicou uma matéria sobre o significado dos apelidos, tomando como base uma pesquisa feita entre paulistas que buscava, exatamente, saber o porque de uma determinada alguma ter surgido e por que foi atribuída a uma pessoa em particular.

Sabemos todos que os apelidos são comuns e, em alguns casos, acabam superando o próprio nome. Tenho um amigo de infância que se chama Hermínio, mas que toda a família e quem lhe é mais chegado conhece como Juarez. Por que? Não sei. Neste caso houve uma troca de nome, com o original praticamente desaparecendo. Uma outra amiga, que se chamava Amália e que detestava o nome, acabou adotando o apelido carinhoso, que era Maíta. O atual presidente incorporou o Lula, que o tornou conhecido, ao nome. E observem que todos o chamam por Lula, nunca de Luís Inácio.

Mas e os apelidos? Aqui vão alguns citados pelo jornal na reportagem chamada de “Apelidos tem razão de ser”:

  • Açucareira – Por estar sempre com as mãos na cintura
  • Alfinete sonoro – Locutor muito magro
  • Ali-Babá¡ – Por ter sucesso nos negócios
  • Avenca – Por gostar de sombra e Água fresca
  • Bigodinho de ouro – Muito convencido de seu bigode
  • Boca mole – Fala devagar
  • Boca rica – Por ter colocado dente de outro
  • Bola seis – Careca rosada, que se parece com a bola de sinuca
  • Boticão – Dentes muito grandes
  • Carijó – Devido às sardas
  • Chaminé – Fumante inveterado
  • Chapadão – Por ter os pés esparramados
  • Cheira Céu – Muito alto e com o nariz arrebitado
  • Chico Linguiça – Muito alto e vermelho
  • Cochicho – Por falar muito alto
  • Coringa – Por estar em toda parte
  • Dragão dengosa – Muito feita e enfeitada
  • Esfinge – Que fala muito pouco
  • Esponja – Bebe demais
  • Gafanhoto – Como tudo o que encontra
  • Jóquei de Elefante – Muito grande e gordo
  • Leão da Metro – Tem uma cabeleira enorme
  • Maria Mole – Muito preguiçosa
  • Moringa – Pescoço muito comprido
  • Nanquim – Por ser muito preto
  • Novelo de Lã – Gorda e sem cintura
  • Pé Gelado – Sem sorte
  • Pudim – Muito delicado e meloso
  • Pula Muro – Anda a passos largos
  • Semana Santa – Excessivamente católico
  • Serpentina – Que requebra ao andar
  • Sim-Sim – Por concordar com tudo
  • Vassoura de piaçava – Cabelo duro e arrepiado
  • Zero Um – Com um olho fechado

Na matéria, o jornal chama a atenção para alguns dos apelidos, citando nomes, mas não identificando as pessoas. Uma delas, Sofia, ganhou o apelido de “Barata Descascada” por ser muito branco. Outro, o Mário, que tem lábios para dentro, é chamado de “Chupa Ovo”. Um terceiro, que o periódico chama de João, que cultiva uma barbicha rala e besuntada a óleo, tornou-se conhecido como “João Melado”. Outro exemplo é Rita, que por qualquer coisa chora, e  acabou sendo “Manteiga Derretida”.

O que a pesquisa ressalta é que os apelidos tem razão de ser e estão ligados a algum tipo de mania das pessoas que os ganham ou, então, às suas características físicas. Uma coisa que sei e que a pesquisa não diz é que os apelidos pegam quando os destinatários deles reagem, se zangam. Um bom exemplo disso é um radialista nordestino que liga para as pessoas, vai conversando e, em certa altura, as chama pelo apelido, provocando as mais variadas reações. O nome dele é Mução e algumas das suas pegadinhas são mesmo engraçadas.

No meu caso, tentaram me colocar apelidos, principalmente no meu tempo de escola. Nunca me importei. E isso fez com que nenhum deles pegassem. O que ocorreu é que no ambiente profissional o meu nome ficou sendo o sobrenome, Resende. Fora disso, os familiares me chamam, normalmente, de Geraldo, que é meu segundo nome. E os demais, conhecidos, amigos e contatos, de Lino, mesmo.

E você, tem algum apelido? Zanga-se quando alguém o chama por ele? Conte aqui e contribua para ampliar o assunto.

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