PARA ONDE VAI O SEU DINHEIRO?

O brasileiro trabalha, hoje, mais de 210 dias para pagar impostos e serviços que deveriam ser oferecidos pelo Estado, usando o dinheiro que ele recolhe. Nada menos do que 148 dos dias são só para os impostos. Talvez, em razão do pouco retorno, seja a hora de retomar o lema marxista e nos unirmos, seja através do voto, seja pela mobilização, e fazer o Estado entender que pode, sim, bater recordes de arrecadação, mas tem de nos devolver, se não o todo, pelo menos parte do que nos leva, deixando-nos a cada dia mais apertados.

Um velho jargão dos primórdios das conquistas sociais dizia, dentro de um lema marxista, “trabalhadores do mundo, uni-vos!. Foi graças à união que o trabalhador conquistou os seus direitos, fazendo com que os patrões repartissem com eles um pouco do que ganham e permitindo-lhes, dessa forma, a inserção no que se convencionou, mais tarde, chamar de mercado.

Anos se passaram e as coisas mudaram. O fato é que, se de um lado quem trabalha procura sempre ganhar mais, a vida tornou-se mais difícil, mais corrida, mais estressante e com um envolvimento muito maior do que antes. Tudo para que, no final, tenhamos o que consideramos suficiente para viver, manter a família, comprar lazer e ter, ainda, alguma disponibilidade para o futuro.

Hoje, quem trabalha não está apenas sujeito a um relacionamento bilateral. Não, tem um corpo estranho no meio. O Governo, com sua fúria arrecadadora, já é responsável por levar 148 dias do nosso trabalho. Isso memo.  Trabalhamos quase que a metade de um ano só para pagar os tributos – federais, estaduais e municipais. E eles não são poucos. A última contagem relacionava mais de 83 diferentes tributos entre impostos e taxas.

A primeira consequência disso é que temos menos dinheiro. Mas não é tudo. Há, ainda, a necessidade de pagarmos por serviços que o nosso tributo deveria nos retornar. Então, temos de trabalhar mais 63 dias para cobrir despesas com educação, saúde e outros gastos. No final, são 211 dos 365 dias do ano dedicado às despesas direta e indiretamente relacionadas com o Estado.

Como já observou um especialista, pagamos impostos semelhantes aos da Suécia, mas temos serviços iguais aos da Índia. A disparidade entre o que é pago e recebido, é muito grande. Não temos boa educação, não temos assistência à saúde, não temos os serviços governamentais que precisamos, mas temos, sim, um ótimo sistema arrecadador, que todo mês bate recorde sobre recorde. Parece até aqueles campeões do atletismo que batem seus recordes de centímetro em centímetro para arrecadarem mais.

No caso do Estado, cada centímetro que ele avança, perdemos um pouco do que ganhamos. Talvez seja a explicação para a sensação de que, a cada dia, temos menos dinheiro, compramos menos coisas, mesmo em uma economia estabilizada e com inflação baixa. O fato é que os ganhos não sobem na mesma velocidade em que caminha a arrecadação de impostos.

Hoje, os Governos têm dinheiro. Se eles são bem aplicados é outra questão. Vemos no dia a dia recursos indo pelo ralo, seja através de processos de corrupção ou, mesmo, de má aplicação do dinheiro público. O Estado não tem falta de recursos, mas nós, cidadãos, que a cada dia pagamos mais, estamos sim sem os serviços que precisamos.

Talvez fosse a hora de, de novo, retomarmos o princípio marxista de união e, pelo voto e pela mobilização, fizéssemos com que, pelo menos, o dinheiro que o Estado nos leva seja bem aplicado.

Novidades no blog

O blog, a partir de hoje, apresenta duas novidades. A primeira está aparente e pode ser vista nos comentários. Neles, aparece além do nome do autor, com o link para o blog, o próprio comentário e, abaixo dele, o último artigo publicado por quem participou da conversa. Acho que é uma forma de promover quem comenta, que participa, ampliando as conversações do blog e a formação de uma comunidade de blogueiros que se frequentam.

A segunda, embora não seja aparente, também está relacionada às conversas que, a partir de agora e a partir de um determinado número – que não é grande – também ganharão um link, mudando o default do WordPress. Tal como outras plataformas, o WordPress estabelece um nofollow para os comentários, o que significa dizer que você participa, mas não tem sua conversa reconhecida.

Graças ao plugin Lucia´s Linky Love (não mais habilitado) esta vedação do WordPress está sendo contornada. E é por isso que o blog está, ainda, adotando uma política de comentários. Como o blog não tem moderação e o número de comentários é razoável, optei por adotar uma política que deixe tudo bem claro. Esta mudança está sendo mostrada na barra lateral, com um banner.

Compartilhe:

Twitter
Facebook
LinkedIn
Pinterest

6 Respostas

Add a Comment

Your email address will not be published. Required fields are marked *