O POPULAR VIRA ÍCONE

Durante muitos anos a cultura era entendida com uma elaboração maior. Por isso, o popular ou pop – nascido na mania de abreviação dos Estados Unidos – não era visto como arte, embora fizesse parte da cultura. Em alguns caso, era até desprezado, visto como algo sem qualidade e que não deveria ser levado em conta. As coisas mudaram no século XX e um dos grandes impulsionadores de uma nova tendência foi a televisão que levou à s casas, através de imagens coloridas, coisas das quais apenas se ouvia falar. É o caso, por exemplo, da música. Ou, no do Brasil, das novelas, um gênero que se espalhou e que ganhou, inclusive, outros países.

Não, isso não é um papo cabeça. Não vou citar autores, nem conceituar cultura, sobretudo a pop. O post tem a ver, contudo, com um artista, Andy Warhol, e com uma exposição. Explico: Estive no final de semana em São Paulo e uma das coisas que fiz questão de ver foi a exposição de trabalhos do artista, uma coletiva que dá um pequeno panorama do que ele fez, mas que traz obras que, tão logo foram lançadas, se tornaram icônicas e incorporaram, de vez, o pop à  arte, dando-lhe peso no espaço cultural. Quem imaginaria, por exemplo, que um lata de sopa pudesse se transformar em uma pintura e ganhar galerias, sendo cobiçada por colecionadores?

Pois foi isso o que aconteceu. Ao levar para a tela uma lata de sopa Campbells, Warhol transformou em ícone um produto de alto consumo, presente em todos os lares dos residentes nos Estados Unidos. Além de produto de sucesso, a Campbell´s tornou-se, também, um dos representantes do pop na cultura. Ah, poderão dizer, que isso não é arte? Mas, então, o que é? Será que o retrato de Marilyn Monroe é? Ou o Pelé, com uma bola Spalding, será arte? Ou então Mao, o homem que deu início à  construção da atual potencia que é a China? Todos eles viraram quadros de Warhol, reforçando a iconografia de um tempo, de várias geraçõeas, consagrando o que era pop.

Warhol e sua obra – pintura, filmes, comportamento, etc. – são a marca de um novo tempo. Nele, as fronteiras entre o que é arte e o que é pop foram derrubadas, levando as manifestações populares ao pódio e transformando-a, de vez, em ícone do nosso tempo. Existem ainda outros motivos, mas apenas este é suficiente para que se veja a exposição. Então, se você está em São Paulo ou for à  cidade, não a perca. A mostra está na Estação Pinacoteca, no Centro de São Paulo, próximo à Estação da Luz. Ela é, no meu entender, imperdível.

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