O MURO QUE NOS PRENDE

muro1.jpgUma dos assuntos recorrentes hoje em qualquer conversa é a questão de segurança. Todos estão preocupados. De uma ou de outra forma este é um assunto que afeta a população e a demonstração disso são as pesquisas, onde aparece sempre com destaque, só superado, agora, pelo surto de dengue.

E é essa exigência por segurança e o medo de ser atingido, sequestrado, ameaçado ou qualquer outra coisa, que faz com que nos refugiemos dentro dos muros, físicos ou simbólicos, representado pelo prédio, pela casa com muros altos, pela vigilância eletrônica. Transformamos o que está do lado de lá do muro em mundo hostil e elegemos o que está dentro como o nosso oásis.

O que está acontecendo, na verdade, é que estamos, a cada dia, reforçando um moro – outra vez, virtual ou físico – que nos prende, que nos tira o convívio das pessoas, que nos priva da diversidade e que coloca ao longe, distante, os que são diferentes. Criamos, assim, um mundo artificial, onde todos se parecem, tem gostos assemelhados, defendem ideias próximas, enfim, um mundo onde a diversidade é um perigo.

O que estamos fazendo, na verdade, é transformar o nosso espaço, graças ao medo, em gueto. Estamos construindo ilhas dentro de ilhas, formando círculos – mesmo que imaginários – e erigindo, em cada um deles, um muro maior, que nos separa do que está lá fora e nos prende. O que não queremos e do que fugimos é a incerteza, que a toda hora bate à nossa porta, seja na vida pessoal, afetiva, no trabalho, etc.

Em um mundo onde tudo muda com espantosa rapidez, o gueto – representado pelo condomínio fechado, pelo prédio fortificado, pela casa de muros altos e vigiados – é o nosso refúgio. Nele, estamos ligados à internet, temos silhares de canais de TV pagos e a impressão de uma falsa segurança. Na verdade, estamos presos. E enquanto isso, quem está fora, está solto.

A analogia, neste caso, é tanto válida para nós, pessoas, quando para as comunidades, cidades, Estados e países. Estamos perdendo a capacidade de tolerância, fugimos do que é diferente, diverso e procuramos o que é igual, constante. O que estamos esquecendo é que o mundo continua mudando, quer a gente queira, quer não. E ao fingir que isso não acontece, estamos perdendo a chance de agir de forma diferente, aproveitando o que muda em nosso favor.

Olhando para o umbigo – como está acontecendo de maneira crescente – podemos acabar naufragando neste mar da igualdade ou submergidos pelo da diversidade.

ENTRE OS TRINTA UNDER 30

A revista Meio & Mensagem, das mais tradicionais voltadas para o mercado publicitário, acaba de publicar a sua edição desta semana e, nela, vem o que chamam de Projeto Especial, denominado “Trinta Under 30”. O que eles fizeram foi ouvir o mercado e com base nas conversas e indicações, escolher os 30 publicitários brasileiros que tem menos de 30 anos e que são considerados “como grandes apostas para o futuro”.

Mas o que tem a ver isso com o blog? Nada. E tudo. E isso porque um dos escolhidos é o Fábio, meu filho, o que nos deixou – toda a família – muito felizes. Agora, é esperar e ver se a aposta do “mercado” se concretiza. Eu e toda a família estamos torcendo para que sim.

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