O DINHEIRO DO CRIME

mafia.jpgQuando se fala em crime organizado em que você pensa? A pergunta tem cabimento diante do fato de organizações criminosas terem se tornado internacional e multinacionais, explorando os vários nichos dos crimes – drogas, extorsão, prostituição, pirataria, etc. Também cabe por acharmos que isso é uma realidade muito distante da gente. E na verdade, não é.

Hoje, segundo especialistas, até um quarto do Produto Interno Bruto (PIB) mundial, é movimentado pelos mais diversos segmentos criminosos. Das drogas na Colômbia aos travestis brasileiros em ruas da Europa, tudo passa por organizações como a Máfia, Yakuza, Tríade e congêneres. Quando você compra um CD pirata está engordando o criminoso que, muitas vezes, está na Rússia ou em países asiáticos.

Eles não estão, necessariamente, próximos de nós. Mas mesmo assim mantem o controle de uma série de atividades, lucrando muito mais do que as mais lucrativas empresas multinacionais. E isso é fácil de explicar: não tem de pagar impostos, não tem necessidade de cumprir obrigações trabalhistas ou sociais.

A questão é séria, muito séria. Principalmente se levarmos em consideração que muitos dos produtos que vendem são escassos, como é o caso de drogas – da morfina à cocaína. E não é só isso: sempre que uma atividade toma tais proporções ela acaba gerando corrupção e levando à lavagem de dinheiro sujo. O crime, neste caso, compensa e faz miliardários, que muitas vezes unem atividades lícitas e ilícitas.

O passo seguinte é a transformação de todo esse dinheiro em lobby. A corrupção – aqui e lá fora – é uma das facetas do dinheiro ilícito que corre no mundo. Não que ela derive só do crime organizado, mas tem nele um excelente sustentáculo para a compra de policiais, administradores, etc. O dinheiro sujo acaba por enlamear, também, a sociedade. Ao lado disso cria, em um mundo de sombra, regras muito especiais onde impera, com todas as letras, a lei do mais forte.

O pior é que, ainda os especialistas afirmam, parece que não há, pelo menos a médio prazo, qualquer possibilidade de mudança. O que eles vã, na verdade, é a possibilidade de o crime avançar, ocupando mais espaço, estranhando-se nas sociedades, aliás, como dizem, já acontece com a Rússia desde a privatização do que era do Estado.

Em um panorama sombrio, poderemos viver, dentro de mais alguns anos, sob a égide dos senhores do crime. Eles poderão ditar as regras e fazer, pela força, com que sejam obedecidas. É uma situação preocupante. O que fazer? Podemos começar com um gesto simbólico, não comprando o CD pirata na esquina.

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