MÚSICA, RÁDIOS E GLOBALIZAÇÃO (?)

Sou daqueles para quem a música é sempre companheira. No trabalho, no trânsito, em casa ou no lazer, sempre estou ouvindo música e não tenho, em princípio, preconceito contra gêneros, embora confesse que não gosto de música baiana e muito menos de funky. Nada contra quem os faz, mas uma simples questão de gosto.

E por gostar de música, digamos assim, ouvível é que já tenho minhas rádios de preferência, a maioria on line – Aol Radio, Radio IO, etc. – que pouco ouço música no rádio, mesmo. Quando faço isso é no trânsito. Mas, neste caso, no mais das vezes, o rádio está na CBN, quando aproveito para acompanhar as últimas informações, até me enfurnar no trabalho.

Nesta semana, no entanto, decidi fazer diferente e, no trajeto de casa ao trabalho, no meio de um engarrafamento, decidi ver o que as rádios estava tocando. Não gostei. Talvez se eu estivesse nos Estados Unidos a programação não seria diferente. Por onde passei, até parecia que a nossa língua era o inglês. Só dava para perceber que estávamos no Brasil devido aos locutores – muitos arranhando o idioma de Shakespeare – e aos comerciais.

Neste dia, devido a um acidente, fiquei cerca de uma hora no trânsito – algo totalmente inusitado, aqui, no Espírito Santo – e com isso pude ir passando de rádio em rádio. Quase sempre o que encontrava eram músicas produzidas nos Estados Unidos, com uma ou outra música brasileira. E muitas vezes, com as coisas mais estranhas possíveis.

É interessante, sobretudo, se levarmos em conta que o Brasil, pela sua diversidade, tem inúmeros tipos de manifestações culturais, inclusive na música. A gaúcha, por exemplo, é diferente da do interior paulista, onde se consagraram os velhos caipiras que meu pai ouvia e de quem aprendi a gostar. Como é diferente a música da Bahia de outra que se faz um pouco mais acima, em Pernambuco, por exemplo.

Se olharmos de perto, vamos ver que em cada Estado existe um tipo diferente de música. Mas todos eles estão sitiados pela imensidão do lixo que é servido aos consumidores de música. Pelo que ouvi, parece que a música brasileira não existe ou, quando é tocada, nos trazem as letras mais toscas e os ritmos (?) que macaqueiam o que se toca lá fora – ou o que nos dizem que toca lá fora.

Bom, de tudo, ficou uma boa experiência, pois descobri uma rádio – que não tinha ouvido antes – que tem uma boa seleção musical, poucos comerciais e bom gosto. Somando todas as que aparecem no dial na Grande Vitória, a área mais populosa do Espírito Santo, ficaria com duas emissoras musicais e mais a CBN, por causa das notícias. As outras, se não existissem, acho que fariam um bem à cultura brasileira.

O jeito – pelo menos o meu – é continuar recorrendo à internet e aos bons e velhos discos.

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