Um casamento exemplar de 66 anos de Geraldo e Noêmia

EXEMPLO QUE DEVE SER SEGUIDO

Venho de uma família pequena, mas acabei me inserindo em outra que é enorme, começando pelo número de filhos: 12 naturais e um adotivo.  Fui o primeiro “estranho” a chegar, casando-me com uma das filhas do casal que, de forma exemplar, vinha conduzindo os filhos para os caminhos que, mais tarde, fizeram o sucesso deles e mostraram o acerto na educação adotada. Aos poucos, fui conhecendo a família, enturmando-me e acabei tornando-me parte dela, não só pela acolhida que tive, mas pelo carinho e respeito com que sempre fui tratado, vendo respeitadas minhas idiossincrasias de quem nunca teve irmãos e que foi criado recebendo toda a atenção dos pais, sem dividi-las com ninguém.

A vida, felizmente, me colocou no lugar certo e em um casamento duradouro. Nada, no entanto, comparado com o da família que me adotou e que adotei. Noêmia e Geraldo, que viram seus esforços na criação da extensa prole, acabaram, a cada ano ou períodos maior, acolhendo novos filhos, já que genros e noras sempre foram assim tratados por eles. Tive a felicidade de inaugurar este ciclo, mas ele não ficou restrito a mim, com todos os agregados ao longo dos anos recebendo a mesma atenção e, graças a ela, se integrando à família, tornando-a ainda maior.

O que, no início, era apenas um casal, com a vinda dos filhos, chegou a uma família de 15 integrantes. Depois, dobrou para 28, juntando genros e noras. E com cada casamento, não parou de crescer, hoje sendo algumas dezenas, que englobam netos e, em alguns casos, até bisnetos, já que os filhos tiveram filhos e estes, casados, começam a colocar no mundo uma terceira geração. E é todo este povo que converge, a cada domingo, para a casa do casal original, ponto de encontro onde todos – e também amigos dos filhos e genros e netos – são muito bem vindos e recebidos.

A história de vida de Noêmia e Geraldo é exemplar. Juntos, administrando parcos recursos, conseguiram superar todas as dificuldades. A ele, cabia o provimento de recursos para a manutenção da família. A ela, a administração da casa e da educação dos filhos, o que os levou a uma mudança ousada: Deixar uma pequena cidade de Minas Gerais – Conselheiro Pena – e aventurar-se para a capital do Espírito Santo. Ninguém achava que daria certo. Pois deu. E é este casal, um exemplo que deve ser seguido nestes tempos em que descasar é mais fácil do que casar, que está completando nada menos do que 66 anos de casados.

Neste longo percurso, muito foi percorrido. No final – que felizmente para todos nós não chegou e esperamos que demore muito – fica não só o exemplo da construção de uma sólida união, mas sobretudo o resultado dela, com a exemplar conduta da família, o esforço para que todos fossem bem educados – em todos os sentidos – e a constatação de que todo o sacrifício feito valeu a pena, já que os filhos, assim como os próprios pais, são vitoriosos. A união exemplar mostra uma abundante colheita de tudo o que foi plantado e que a semente continua germinando através de netos e bisnetos.

Ao chegar aos 66 anos de casamento – e um pouco mais de vida – a união de Noêmia e Geraldo é emblemática. Mostra que pode haver permanência, solidez, solidariedade, comprometimento, esforço conjunto e trabalho sério para se construir uma família que permaneça e que tenha nos pais, avós e bisavós o perfeito exemplo a ser seguido.

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