DO TRADICIONAL PARA O ONLINE

Há poucos dias a mídia – nacional e local – publicou dados resultantes de pesquisa feita pela Fundação Getúlio Vargas que mostravam uma imagem diferente do uso da Internet no Brasil, como um todo, e de tecnologias que não são assim tão novas. O que se descobriu é que milhões de pessoas não usam a grande rede, não tem email e, mais surpreendente ainda, não pensam em usar estes avanços de que desfrutamos há algum tempo.

Para quem, como eu, começou ainda no tempo dos BBS, cuja conexão era feita por telefone a taxas ridiculamente baixas de transferência e que não funcionavam durante todo o dia, a evolução foi bem vinda, ajudando no trabalho e no relacionamento com pessoas – amigos, conhecidos e clientes. Não sei se todos são assim, mas do meu lado não via, na prática, os números anunciados pela FGV. Conheço gente de várias idades e todas elas são usuários da internet, em maior ou menor proporção.

A realidade dos sem rede, neste caso, estava bem distante. Ouvia falar dela, mas não tinha um exemplo próximo. Pois não é que ele ocorreu nesta semana. Em uma reunião profissional encontrei um amigo e dele ouvi, para minha surpresa, que estava fazendo “curso de computador”. A decisão de tomar aulas ocorreu para ir além do simples digitar textos. Queria mandar e receber emails e fazer outras tarefas e, por isso, achou melhor procurar um curso que lhe ensinasse como é que devia proceder.

“Que ótimo”, disse eu. “Você vai ver como o computador facilita a vida da gente”, emendei. Terminada a reunião, nos despedimos e eu fique pensando: será¡ que é mesmo ótimo? Vivemos em um mundo altamente ligado e isso faz com que nos estressemos com a lentidão do email, a falta de sinal do celular ou algo que nos impeça de usar um dos vários dispositivos que nos deixam conectados, como telefones celulares e tabletes. A partir do momento em que começamos seu uso, é um caminho sem volta.

Não estou reclamando, até por boa parte do meu trabalho depender do computador. Mas serrã¡ que não seria mais saudável se ficássemos restrito apenas aos textos, esquecendo-nos do resto? A melhor resposta para isso é a atitude do meu amigo. Já na terceira idade, sentiu necessidade de uma conexão maior e deu o passo que julgava necessário para conectar-se. Onde ele irã¡ chegar? Não sei responder. O que sei é que a conexão nos ajuda, mas o excesso dela, como tem observados os mais diversos estudos, acabam nos causando problema.

Estar online, além de nos trazer ótimas ferramentas de trabalho e comunicação, também nos proporciona oportunidades de lazer, aprendizado e nos oferece conhecimento. Podemos desfrutar dela, não deixar que nos domine. É o que meu amigo, segundo suas próprias palavras, pretende fazer. Não vai se tornar um geek, na certa, mas compreendeu que tem uma ferramenta à disposição e vai usá-la.

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