A imprensa é a culpada

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Ninguém gosta de críticas. E no Brasil, menos ainda. Afinal, foi aqui que inventaram a “crítica construtiva”, que permite criticar, mas não atingir o ponto focal. É meio como um elogio atravessado.

Crítica, pela própria origem da palavra, não pode ser construtiva. Veja-se, por exemplo, o caso da crítica literária, que descontrói o romance, mostrando como ele é, efetivamente.

Esta postura, de ojeriza à crítica, é mais presente na política. Quando se trata de elogios, tudo bem. Quando vem a crítica, nada bem.

E esta é uma postura adotada por Governo e Oposição. No meio de tudo, fica a mídia, aqui entendida como imprensa.

Se fala bem do Governo, a Oposição chia. Afinal, dizem, imprensa tem de ser crítica. Se fala mal do Governo, é o próprio que reclama, dizendo que não reconhece seus esforços.

Isso quando não mexe os pauzinhos para provocar uma “interdição econômica”, com suspensão de verbas publicitárias e outras medidas menos democráticas.

Por que este comentário? Jornalista, só entendo a imprensa como algo independente, capaz de disparar fatos contra tudo e contra todos. O papel do jornalismo não é agradar A ou B, mas mostrar o que está¡ acontecendo e dizer à opinião pública o que ocorre.

Quem julga é a própria opinião pública e é este julgamento que torna um veículo sucesso ou contribui para o seu fracasso.

Elogio é bom. E eu também gosto. Mas este não é o papel da imprensa. Seu papel é refletir os acontecimentos, informando e, com isso, tornando a democracia mais efetiva.

Não é o que ocorre, na prática, poderão dizer. Concordo. A imprensa também falha. E muitas vezes.

Mas ela é melhor assim que amordaçada, alinhada ao poder, sem dizer nada. Livre, a imprensa serrã¡, sempre, a culpada.

Quando é que vamos mudar? Quando os governantes e os políticos entenderão que na democracia a liberdade de imprensa é essencial? Quando admitirão que, sem crítica, não há¡ democracia?

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